ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A COERÊNCIA DO PCP E A MINHA HOMENAGEM A VACLAV HAVEL

Com apenas dois ou três dias de intervalo, o PCP deu provas da sua caduca coerência política e, simultaneamente, da sua estranha democaticidade quando envia condolências ao povo da Coreia do Norte pela morte do seu carrasco, Kim Jong il, que nenhum acto democrático elegeu e o fez pagar com a fome um dos exércitos mais poderosos do mundo, negando, depois, uma prova de simpatia pelo falecido intelectual humanista Vaclav Havel que os povos checo e eslovaco, em esmagadora maioria, aclamaram para se livrarem da escravidão imposta por um um dominador que já passou à História e de um regime que sucumbiu aos enormes erros que cometeu, às desumanidades que praticou e às fraquezas ideológicas que lhe são próprias. Enquanto Vaclav Havel foi um escritor, pensador e intransigente defensor da resistência não violenta que fez vencer a “revolução de veludo” contra o opressor soviético, Kim Jong não passou de um ditador feroz e obcecado que, a par de aceitar ajuda humanitária para os seus maltratados súbditos, utiliza os recursos do país para armar um exército poderoso e desenvolver armas nucleares com que ameaça a segurança do mundo inteiro. Não me regozijo com a morte de um carrasco, Kim Jong il, a quem outros carrascos sucederão. Lamento a morte de alguém, Vaclav Havel, genuinamente não violento, a quem os seus compatriotas muito ficaram a dever da sua libertação. Quanto ao PCP, deduzo dos seus gestos que “liberdade” não faz parte do seu ideário.

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