Em Durban, estiveram reunidos representantes de 195 países numa conferência, a COP-17, para discutir as medidas necessárias para controlar as alterações climáticas cada vez mais evidentes.
Depois do que parecia ser um total fracasso, lá se entenderam os 195 para, altas horas da noite, assinarem numa resolução que, quanto a mim, o não é, pois não passa de um acordo para iniciarem negociações, tendo como objectivo definir medidas a por em prática até 2020.
Recorde-se que o Acordo de Quioto foi assinado em 1997, depois de uma série de conferências iniciadas em 1988, em Toronto, no Canadá. Começou por ser ratificado por apenas cinquente e cinco países, com adesão tardia de mais alguns. Os maiores poluidores, porém, ficaram de fora.
Andamos a “encanar a perna à rã” há mais de vinte anos e entendemos que podemos esperar mais dez até definirmos, finalmente, o que fazer para evitar uma tragédia à escala planetária, se é que algum acordo é alcançado e se, sendo-o, contém as medidas que o problema requer.
Imagine-se o que poderia ter sido feito durante todo este tempo.
Quanto ao que se passou em Durben, começa por dar ideia de que, depois de se não entenderem, os intervenientes acabaram por render-se à inevitabilidade de produzir um documento qualquer e esse apenas decide o início de negociações! Depois, negociar não significa chegar a acordo, apesar de os renitentes e menos cumpridores terem assinado tal documento final.
É caso para perguntar: o que estiveram a fazer ali durante o tempo que durou a conferência? Turismo? Talvez, porque o Drakensberg é uma cordilheira belíssima, digna de ser apreciada, e as compras no Jhon Orr talvez continuem a ser uma tentação.
Há muito que este confronto entre a economia e o ambiente se mantém e, apesar das evidências de que algumas das práticas em que assenta o seu crescimento são visivelmente prejudiciais, sempre os interesses económicos têm levado a melhor, seja pelas tímidas atitudes de uns seja pela recusa de outros em fazerem qualquer coisa em prol do ambiente.
Ali, na Costa do Natal, onde a mais evidente menção à passagem de Vasco da Gama salta aos olhos de quem sai do porto desta cidade da costa oriental de África, eu gostaria que tivesse acontecido qualquer coisa que não aconteceu, tivesse nascido uma consciência global que ainda não nasceu, o que demonstra a cegueira dos economistas no último momento de que dispõem para alterar o comportamento de uma Humanidade tão cega como eles.
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