ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

GRANDEZA DA ALMA LUSITANA

Apesar dos poucos que então éramos, a nossa grandeza de alma levou-nos à descoberta do mundo. E, como disse o grande Poeta, fomos “inda além da Taprobana”. Deixámos gente e cultura por todos os cantos do mundo! Fizemos com que a língua falada num pequeno pedaço de terra se tornasse uma das mais faladas em todo o mundo e, assim, levámos a alma lusitana a povos que a Europa desconhecia. “Dar novos mundos ao mundo” tornou-se num encargo histórico que ainda hoje se mantém e com o nosso empenhamento terá de continuar. Assim nos tornámos um povo de emigrantes, o que uma grandeza de alma maior do que o território que a alberga tornou inevitável. E fomos emigrantes desde então. Desde então nos espalhámos pelo mundo onde afirmamos o orgulho da nossa nacionalidade. Apenas um equívoco lamentável nos fez pensar que, em vez disso, fossemos um povo de acolhimento. Agora, a realidade é a verdade das coisas e, por ventura ou desventura de um povo com uma alma enorme, voltámos a ser emigrantes. Emigrar voltou a ser a solução que para alguns não tem alternativa. É duro deixar a terra onde se nasceu, mas mais duro é não encontrar nela uma razão forte para viver. É o destino de um povo que chorou lágrimas que mais salgaram o mar, é a força de um povo que consegue impor-se em qualquer parte do mundo. Não fiquei imune à necessidade de emigrar, eu próprio ou outros meus descendentes, e não vi nisso uma desgraça. Lamento os que vejam nessa necessidade um flagelo, mas mais lamento que, “alegremente”, se digam baboseiras como “nem Salazar mandou os portugueses emigrar”! Pois não, eles emigravam mesmo assim. Que desejam os que incitam à revolta com frases como “este governo não pode continuar?” Dizem-se democratas? Pois não parece porque foi um governo eleito pelo povo, tal como o que o antecedeu e ninguém derrubou, apesar dos seus erros. Foi ele que se arredou. Acho que há portugueses que o não merecem ser!

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