ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SOMOS CADA VEZ MENOS

Com o segundo índice de fecundidade mais baixo do mundo, Portugal tem a sua população nacional cada vez mais reduzida. Desde 1960, ano em que o número de nascimentos foi superior a 200 mil, a fecundidade reduziu-se a metade, sendo a previsão para este 2011 prestes a acabar, de menos de 100 mil. O índice médio de fecundidade em Portugal é de 1,37, muito inferior aos 2,1 necessários para a renovação e há muitos anos já não atingido. A chamada crise será um dos fatores que conduziram a este mínimo histórico, mas não é a causa essencial do fenómeno que é bastante anterior e se verificava mesmo nos tempos da fictícia abastança que vivemos. A redução do índice de fecundidade é uma consequência do tipo de vida que levamos que coloca os interesses financeiros acima de todos os demais e tornou a casa de família num mero dormitório onde os que a compõem se encontram por vezes, algumas sem se verem. A estrutura social foi profundamente alterada e nela deixou de haver lugar para as crianças que, por isso, deixaram de ter no seu lar o apoio que tinham outrora e, por isso, nos seus pais os seus primeiros educadores. Os filhos deixaram de ser fruto do amor, do desejo sincero de fazer deles os continuadores para fazerem parte de um planeamento que apenas os prevê em breves momentos da vida mais do que atarefada e os rejeita em todos os demais. Toda a sociedade disso se ressentirá em consequência de uma estrutura demográfica que não é a natural, que deixou de ser a que permitia a solidariedade sem a qual não pode viver. Portugal é, em consequência da não renovação social, um país envelhecido, com um número de jovens cada vez menor e uma população ativa que não conseguirá garantir nem o futuro a que os seus jovens têm direito nem proporcionar aos idosos o fim de vida que, pelo seu esforço, deveriam ter. Em 2010, mais de 10% dos nascimentos foram de mães estrangeiras! Poderá Portugal continuar sem portugueses?

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