É cada vez mais evidente que os partidos políticos clássicos se encontram em fase de profunda agitação, com divergências profundas e com interesses díspares em evidente oposição.
O que se passa ou passou no PSD, onde uma corrente mais moderna continua a ser mal vista e criticada pelos “barões” que ela “desinstalou”, incluindo Rui Rio que, por vezes, toma atitudes que levam a pensar que já entendeu que a sua oportunidade passou, mostra bem como este partido está em transformação, passando de um conceito social-democrata que nunca foi capaz de materializar para uma posição neo-liberal que a situação do país e do mundo pode levar a ser repensada.
O PS ainda não entendeu que o socialismo é uma miragem e que até, na era de Sócrates, não passou de uma ideia bizarra que julgou poder praticar um “capital-socialismo” que quase levou o país à bancarrota. Hoje é um partido dirigido por um Secretário Geral carente de ideias, sem força e sem carisma que, tenta, a todo o custo, ter um lugar próprio, mas a quem os “socratistas” tornam a vida difícil.
O CDS adopta uma atitude dúbia que pretende abranger todas as áreas “nobres” do espetro político, enquanto os outros desperdiçam energias a tentar controlar os seus problemas. Porém, a indefinição não se pode manter eternamente...
Lá para os lados da auto denominada esquerda, o PCP vai estiolando, afundando-se numa ideologia caduca e já proscrita pela História, com ideias que a mais singela provação desmonta, enquanto o BE se desentende e divide numa via rápida para a desintegração que o cada vez mais diminuto apoio popular justifica.
Além de tudo isto, já não há ideologia que responda às necessidades de uma nova realidade que cada vez menos permite as loucuras de que a imaginação é capaz e os espetáculos políticos exigem.
A realidade exige a passagem para um patamar superior da política onde o faz-de-conta não tem lugar, onde não adianta fingir que as coisas são como desejamos e não como são, onde não adianta ignorar que o ambiente necessário à vida e muito sensível e que os recursos de que necessitamos para viver são escassos e cada vez menos abundantes.
Há teorias a abandonar, conceitos a rever e, sobretudo, um ambiente a preservar para que a Humanidade possa sobreviver.
Os resultados esperados da Conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, a decorrer em Durban, não serão animadores, continuando o Protocolo de Quioto a ser desrespeitado por quem mais polui para não prejudicar o crescimento da sua economia. Mas como poderá ter futuro uma economia que faz do ambiente o seu caixote do lixo?
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