ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 4 de dezembro de 2011

INDIGNAÇÃO, PARA QUE?

É desagradável, mesmo mais do que isso até, não receber os subsídios de férias e de Natal em 2012 e em 2013. E eu não vou receber!
É desagradável, diria até que frustrante ter reclamado tantas vezes pelas atitudes irrefletidas de um governo gastador e perdulário e agora, ao ser penalizado, de nada me valer reclamar de uma austeridade cuja alternativa seria não me pagarem a pensão que mais de quarenta e cinco anos de contribuições justificam.
Sinto-me indignado, pois claro! Mas de que me serviria reclamar se não há condições para ser de outra maneira?
Se me conformo? Claro que não! E ainda mais quando não tenho assim tanto tempo para esperar por uma recuperação económica que, por este andar, pode até nem chegar.
De que me adianta apelar à possível inconstitucionalidade da medida ou, como hoje li, algures no face book, que Sá Carneiro tenha dito que os subsídios de férias e de Natal eram impenhoráveis e inalienáveis? Será que o disse? Nem isso me interessa.
O país julgou que estava rico, o crédito fácil dava para tudo. Era uma grande farra e a quem chamasse a atenção para os riscos destas fantasias, logo alguém dizia “lá está este com o discurso da tanga”!
Tudo isto me faz lembrar uma anedota muito antiga, daqueles tempos em que a visita de marinheiros americanos era uma festa e uma oportunidade para alguns fazerem bons negócios. Foi o caso de um comerciante espertalhão que vendia leitões e conseguiu impingir, a dois marinheiros, um dos seus bichos por quinhentos escudos, um “monte” de dinheiro naqueles tempos e mais do que o triplo do preço justo. Fazendo aquela cena de estarem “desprevenidos” mas que iriam ao navio buscar o dinheiro e voltavam já, pegaram no leitão e lá convenceram o homem que, plantado no cais, ficou à espera do dinheiro. Mas em vez do regresso dos marujos, o homem viu o barco zarpar!!! Primeiro danou-se mas, depois, reconhecendo a inutilidade da sua indignação confortou-se pensando “não mo pagaram, mas vendi-o bem vendido!”

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