Obviamente,
mais cedo ou mais tarde a mudança tem de acontecer. Se a austeridade não
resolve os problemas que temos, também o voluntarismo os não resolve porque,
afinal, a Troika existe. Chame-se como se chamar àqueles “fiscais” que
controlam como os devedores satisfazem os compromissos que lhes garantem o
dinheiro de que necessitam.
O
problema, porém, está em pretender que funcione uma “economia” que já não
dispõe dos meios que lhe permitiram a ilusão de que pode crescer eternamente.
De
imediato e como factos o comprovam, a “revolução” do Syrisa não serviu para
grande coisa porque nada irá acontecer, na Grécia ou na Europa, diferente do
que já acontecia antes. Mas poderá servir no futuro quando ficar definitivamente
claro que, dêem-se as voltas que se derem, não será nenhum destes caminhos que
nos afastarão da crise que teima em tomar conta desta economia em declínio.
Serão
necessárias reformas autênticas e bem mais profundas que nos orientem para
caminhos diferentes que nos levem a utilizar melhor os recursos naturais que
são, afinal, tudo o que temos para sobreviver.
Não
serão “revoluções semânticas” que salvarão a Grécia do caos em que se afoga, como
não serão o que nos aliviará das dificuldades que sentimos.
Enfim,
será quando aprendermos a gerir aquilo que temos e, com isso, garantir a
dignidade de todos os seres humanos, que construiremos o socialismo que a mentira
da falsa abundância não consegue criar.
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