O
ilustre economista Daniel Bessa defende o bem conhecido princípio causa-efeito
ao dizer que “as mesmas causas produzem
as mesmas consequências. As causas que produziram o primeiro, o segundo e o
terceiro resgate, em grande parte, continuam aí”.
Como
todos deveríamos saber e a Comissão Europeia recentemente nos lembrou, persistem
“desequilíbrios macroeconómicos graves e excessivos” em Portugal, uma situação
que faz com que o risco de o país voltar a precisar de ajuda externa seja,
ainda, elevada. O que, aliás, o Governo sempre nos lembrou.
Daniel
Bessa realça a dificuldade em levar a cabo reformas estruturais que, admite, só
chegarão quando um novo resgate nos obrigar a tal.
E
eu sei que o Governo sente muitas dificuldades para fazer certas reformas que
vão contra interesses muito fortes e há muito instalados. Todos o sabemos.
Felizmente, eles começam a dar mostras da fraqueza em que se encontram porque as carências a que os excessos nos levaram já não permitem as fantasias que deles faziam os “donos disto tudo”.
Felizmente, eles começam a dar mostras da fraqueza em que se encontram porque as carências a que os excessos nos levaram já não permitem as fantasias que deles faziam os “donos disto tudo”.
Mas
o que serão essas reformas estruturais das quais Portugal tanto necessita para
se livrar das consequências nefastas de um novo resgate, ao qual o menor
deslize nos reconduzirá?
São
aquelas que impõem as práticas que equilibrem o nosso orçamento, pautando os gastos
pelos recursos que formos capazes de valorizar, sem esperar pela caridade de
uma “Europa Social” ou outra qualquer em que as poupanças de uns paguem os excessos
de outros.
É
hora de sermos objectivos na análise da situação que vivemos que não deixa
margem para esperar o milagre de voltar a viver os descuidos que já vivemos.
Acabou-se
a “teta” que saciava os vícios que julgávamos poder sustentar para todo o sempre, não há como pagar
a quem não produza ou não tenha produzido, nem há como sustentar os direitos que o “socialismo irreal”
criou para se impor e, agora, volta a prometer para recuperar o poder sem o qual não conseguirá mais existir.
De
facto, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos e o de voltar a uma situação
de pré-bancarrota é, pelas atitudes voluntaristas que o syrisismo fez recrudescer, o que mais corremos o risco de voltar a sentir.
Mas, em vez de pensarmos nisso, nesse risco grave que corremos, perdemos o tempo com falsas questões que acabam em ataques pessoais que justificam que, quando não há ideias, é de tretas que se fala.
Mas, em vez de pensarmos nisso, nesse risco grave que corremos, perdemos o tempo com falsas questões que acabam em ataques pessoais que justificam que, quando não há ideias, é de tretas que se fala.
Sem comentários:
Enviar um comentário