ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 8 de março de 2015

AS CAUSAS E OS SEUS EFEITOS


O ilustre economista Daniel Bessa defende o bem conhecido princípio causa-efeito ao dizer que “as mesmas causas produzem as mesmas consequências. As causas que produziram o primeiro, o segundo e o terceiro resgate, em grande parte, continuam aí”.
Como todos deveríamos saber e a Comissão Europeia recentemente nos lembrou,  persistem “desequilíbrios macroeconómicos graves e excessivos” em Portugal, uma situação que faz com que o risco de o país voltar a precisar de ajuda externa seja, ainda, elevada. O que, aliás, o Governo sempre nos lembrou.
Daniel Bessa realça a dificuldade em levar a cabo reformas estruturais que, admite, só chegarão quando um novo resgate nos obrigar a tal.
E eu sei que o Governo sente muitas dificuldades para fazer certas reformas que vão contra interesses muito fortes e há muito instalados. Todos o sabemos. 
Felizmente, eles começam a dar mostras da fraqueza em que se encontram porque as carências a que os excessos nos levaram já não permitem as fantasias que deles faziam os “donos disto tudo”.
Mas o que serão essas reformas estruturais das quais Portugal tanto necessita para se livrar das consequências nefastas de um novo resgate, ao qual o menor deslize nos reconduzirá?
São aquelas que impõem as práticas que equilibrem o nosso orçamento, pautando os gastos pelos recursos que formos capazes de valorizar, sem esperar pela caridade de uma “Europa Social” ou outra qualquer em que as poupanças de uns paguem os excessos de outros.
É hora de sermos objectivos na análise da situação que vivemos que não deixa margem para esperar o milagre de voltar a viver os descuidos que já vivemos.
Acabou-se a “teta” que saciava os vícios que julgávamos poder sustentar para todo o sempre, não há como pagar a quem não produza ou não tenha produzido, nem há como sustentar os direitos que o “socialismo irreal” criou para se impor e, agora, volta a prometer para recuperar o poder sem o qual não conseguirá mais existir.
De facto, as mesmas causas produzem os mesmos efeitos e o de voltar a uma situação de pré-bancarrota é, pelas atitudes voluntaristas que o syrisismo fez recrudescer, o que mais corremos o risco de voltar a sentir. 
Mas, em vez de pensarmos nisso, nesse risco grave que corremos, perdemos o tempo com falsas questões que acabam em ataques pessoais que justificam que, quando não há ideias, é de tretas que se fala.


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