Depois
de tantas certezas na recuperação da economia e de tantas críticas à
austeridade que “empobrece” as sociedades, da necessidade de aumentar o consumo
para fazer crescer a economia e sei lá quantas teorias mais, Christine Lagarde,
a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), escreve num artigo de
opinião publicado esta quarta-feira no jornal financeiro alemão Handelsblatt,
que “Em
muitos países, o sector financeiro ainda tem fraquezas e nos mercados
emergentes os riscos financeiros estão a aumentar. Isto implica que o
crescimento global será decepcionante e desigual em 2016".
Que
dizer deste FMI para quem ora era “assim” ora é “assado” e que põe, agora, em
causa todas as teorias que já defendeu e lhe fizeram ganhar muito dinheiro nos
muitos “resgates” que fez a tantos países que esta economia consumista põe na
miséria.
Uma
colectânea das afirmações de Lagarde ao longo dos últimos anos seria, pela
certa, um “best seller” pelo muito que nos faria rir.
Mas
o FMI deve saber bem quais são os sarilhos em que o mundo financeiro está
metido e o impasse em que a economia caiu.
É
pena que chegue a certas conclusões tanto tempo depois de outros a elas terem
chegado.
Até
eu que não sou economista, escrevi aqui já muitas vezes sobre a situação a que
chegámos, contrariei a ideia de uma recuperação económica que não aconteceria,
fiz ver da impossibilidade de continuar a viver exaurindo as reservas que a
Natureza nos concedeu e alertei para tantos perigos do modo de vida que
levávamos.
Não
creio que possa haver recuperação alguma sem acertar a economia pela Natureza
que, tudo o comprova, não é uma arca sem fundo que o crescimento económico
continuado exige e reage muito mal às agressões que lhe fazem e cujas
consequências mais graves começamos a sentir mais duramente.
Não
tenho muito mais a acrescentar ao que aquilo que tenho dito e continua
disponível para ler neste blogue, senão que me deixa surpreendido que possa
ainda haver quem espere crescimento económico o caminho para sair do buraco em
que se meteu, como tudo indica que seja o propósito de um governo, ou de um “casamento
de conveniência” talvez diga melhor”, que quase não resistiu à primeira
dificuldade que se lhe deparou e não passou de uma pedra menor no caminho
pedregoso que começou a percorrer.
Perante
o que diz Lagarde sobre um crescimento económico decepcionante em 2016, como já
o fora em 2015, não consigo imaginar em que realidade se baseia o governo para
acreditar no sucesso de uma política que faz de um crescimento económico que
jamais conseguiremos atingir, a base da vida melhor que promete, para o que não
bastam a apetência do poder de Costa, a cassete de Jerónimo, a verborreia de
Margarida ou as “contas” de Centeno.
Mas
“adiante cego que lá vai o caminho”.