ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

E QUEM SERIA O “PEQUENO DONO DISTO TUDO”?



Francamente, não morro de amores por José Sócrates, mesmo apesar de ter sido considerado o sexto homem mais elegante do mundo fora de Espanha (!?). Ou, até será por isso, porque não está em mim decidir de que tipo de pessoas gosto ou não gosto. São coisas que nascem com a gente…
Mas não deixo de lhe reconhecer alguns predicados excepcionais, dos quais ontem deu uma leve mostra na entrevista que concedeu à TVI sobre o caso marquês, ou caso Sócrates se preferirem, coisa de que uma outra televisão que acompanha, desde há muito, o seu caso foi proibida a pedido de Sócrates que uma juíza deferiu!
Num caso destes, conseguir uma entrevista é simples por ser audiência certa, mesmo com todas as estórias requentadas que terá, e, neste caso, a TVI, a tal que se diz que Sócrates quis anular nos seus tempos de “pequeno dono disto tudo”, andava meio atrasada.
E foi para este acertar de passo, aproveitando a oportunidade, que a entrevista serviu pois nada de novo nela se ouviu para além do que, onde quer que lhes dêem ouvidos, Sócrates e os seus advogados dizem a cada instante.
A não ser nas entrelinhas onde o desespero da incoerência foi, nitidamente, óbvio.
Depois, foi um tanto deprimente aquele esgrimir de argumentos jurídicos que se seguiu por alguns advogados comentadores, determinados uns, mais comedidos outros, talvez pelos tempos que se vivem. Mas, de substância que acrescentasse qualquer novidade, não tinham absolutamente nada para além das interpretações que, em Direito, cada qual faz como mais lhe convenha.
Este caso não pode, não deve ficar-se por uma batalha de argumentos jurídicos, de impedimentos de provas ou dúvidas de prazos, porque terá de ser julgado com a inteligência que mostre que o que tudo faz crer que seja o é de facto, sem deixar que as artimanhas jurídicas o branqueiem, ou que Sócrates tem razão nas culpas que imputa à Justiça português.
Não ser assim seria um desastre que deixaria toda a porcaria ficar impune.
E continuo a pensar, tal como já escrevi há tempos, que, pelas piores razões, este caso vai ficar célebre na História da Justiça portuguesa, seja porque um ex-primeiro ministro é um criminoso sofisticado seja porque a Justiça portuguesa é de uma incompetência inimaginável, com uma Procuradoria Geral da República onde, segundo Sócrates e os seus admiradores, se terá juntado uma corja de terroristas e os incompetentes maiores deste país!
Nenhuma das alternativas me deixará feliz, obviamente. E é essa mais uma preocupação que junto a tantas outras que o futuro do país dos meus filhos, dos meus netos e dos meus bisnetos já me dá!
Ainda acredito nos magistrados deste país que têm por missão defender os interesses do povo que representam.

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