ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

NÃO ME INTERESSA O QUE OS POLÍTICOS ME PROMETAM. ESPERO PELO QUE O FUTURO ME DIRÁ



Depois do golpe constitucional que levou Costa ao poder, com promessas capazes de convencer até os menos distraídos, surpreende-me não encontrar agora muito quem louve as iniciativas que o novo governo se propõe tomar ou se manifeste esperançado no futuro feliz que elas proporcionarão.
Pelo contrário, são muitas as preocupações de muita gente que, porventura mais esclarecida agora, teme as consequências desta política anti-austeridade que seduziu tanta gente mas que agora os faz temer as consequências da política despesista que, na realidade, é.
Não creio que seja este o melhor momento para uma política de faz-de-conta porque há muito se acabaram os excedentes com que os erros eram tapados mas nunca resolvidos.
Ainda que, depois de acenar com elas, algumas das medidas mais significativas para aumentar as receitas das famílias tenham sido já retiradas e outras significativamente mitigadas, a verdade é que a lista das despesas que António Costa, mesmo assim, ainda mantém, parece um presente envenenado que apenas os mais inconscientes não receiam.
É que, se num orçamento, o que mais contam são as despesas e as receitas ou, melhor dizendo, o saldo que da comparação entre as duas resultar, naquele que a magia do PS vai apresentar, não parece haver como duvidar de que as primeiras excedem significativamente as segundas, o que, sem qualquer dúvida, apenas pode significar mais endividamento que, com juros, agora mais elevados, teremos de pagar.
Isto sem contar com os exageros nos crescimentos económicos previstos mas que não vejo como justificar. Pelo contrário, noto contracção nos investimentos, abrandamentos em projectos em curso, desconfianças quanto ao futuro das finanças públicas.
Parece-me que a situação financeira de Portugal não consente, ainda, estes devaneios de que que António Costa necessita para cumprir as suas pretensões de carreira política que, para já, o sentam na cadeira de primeiro-ministro.
E para mim que não sou nem político nem percebo de Economia, a ciência que, afinal, tem mais de engenharia do que a engenharia que eu conheço, se não for, mesmo, o maior manual de prestidigitação jamais escrito, os receios de um retrocesso profundo na evolução feita para equilibrar as contas, o que é indispensável antes de pensar em maiores voos, são cada vez maiores, porque não consigo descobrir, na complexidade dos artifícios usados para explicar o inexplicável, a simplicidade própria das coisas bem feitas e que todos compreendem.
Mas e como sempre, o futuro é o grande mestre e teremos de esperar pelo que nos vai dizer.


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