Agora
que as tricas e nicas das legislativas se vão diluindo em outras não menos altercantes
para escolher o próximo Presidente da República Portuguesa, começam a sair do
silêncio outras vozes, dentre as quais a comunicação social sabe bem quais as
capazes de fazer maior estrilho.
Por
exemplo, há muito que não ouvia falar de Carlos Brito, antigo alto dirigente do
PCP autosuspendido em 2003 depois de uma suspensão de dez meses imposta pela
direcção do partido e aposto que a maioria já nem dele se lembrará. Mas já deu sinais
de vida ao aparecer como apoiante de Sampaio da Nóvoa que, ao contrário de si,
era desconhecido no passado e é conhecido neste presente estranho que ainda se
não sabe bem o que seja. Mas é um presente novo e isso já pode ser qualquer
coisa.
De
Vasco Lourenço pode dizer-se que vai gerindo as suas aparições de modo a não
ser esquecido e, tal como a outras personalidades que há dezenas de anos não
mudam de discurso, decerto porque não assimilam as novas ideias que o presente vai sugerindo, a comunicação social destaca-o
no momento certo para que diga aquilo que já se sabe que vai dizer.
E
aí está, de novo, o eterno “capitão de Abril”, ainda no “registo” de há
quarenta anos, a dizer os disparates que, então, eram as verdades primeiras,
acabadinhas de descobrir, as politicamente mais evoluídas, como diziam!
Ataca
o candidato que diz ser um “vendedor de banha de cobra”, enquanto se congratula
porque a “esquerda começa a ganhar juízo”!
Já
habituado aos ápodos que usam aqueles cujo nível lhes não permite criticar e,
por isso, se ficam pelas afrontas, foi na afirmação do “juízo” que a esquerda
está a ganhar que que encontrei a diferença sobre a qual me pareceu valer a
pena reflectir um pouco.
A
menos uma conversão daquelas que o senso comum não explica, o PCP será sempre o
que foi e cada vez o menos que a passagem do tempo dele vai fazendo, o BE será
o partido de ocasião que alberga os desiludidos da altura e o PS o partido que
para comunistas e bloquistas será sempre igual ao PSD e, quando governa, o faz "à direita"!
Se
for esta a esquerda folclórica de que Lourenço fala, creio que vai ter grande
dificuldade em explicar qual é o juízo a que se refere, se a “conversão” do PCP
como um possível 4º “Segredo de Fátima”, se o esclarecimento da bagunça dos
altos e baixos que o BE costuma ser, se a “direita” que estes dois sempre disseram que o PS
é.
É
o tempo que nos vai dar a resposta porque o Lourenço não será, decerto!
Mas
porque raio sempre me esqueço do PEV?
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