Mais do que a produção de bens utilizáveis e necessários à qualidade de vida, os produtos de especulação financeira – ações, obrigações, fundos, etc – tornaram-se apetecíveis para o investimento de poupanças, originando os ditos “mercados financeiros” que cresceram ao ponto de se constituírem na força dominante que hoje são.
Também, o que começou por ser uma necessidade para orientação dos investidores, as agências de notação financeira cresceram e tornaram-se vozes dominantes, até mesmo dominadoras no mundo da alta finança, com todos os perigos que o excesso de poder inevitavelmente acarreta. Talvez por isso sugerem apreciações distintas como as dos que dizem que, em atitudes como a que a Moodys recentemente tomou, cumprem a sua obrigação na defesa do interesse dos investidores e as dos que, pelas estranhas razões que as ditam, as consideram cartéis que vivem em total opacidade, porventura agindo em conformidade com interesses inconfessáveis.
Talvez isso explique, também, porque tem de mudar a opinião que sobre elas se possa ter, agora que numa atitude precipitada e manifestamente interesseira, uma delas se excedeu!
É fácil de constatar que na antecipação de factos que análise alguma tecnicamente sustenta, como a que a Moodys fez, não são acautelados os interesses dos investidores mas sim criadas as condições para que a “maldição” se cumpra e, com isso, alguns investidores saiam prejudicados do colapso que acontecer, em benefício de interesses que à “notadora” poderão ser mais caros.
As grandes agências de notação financeira deixaram, assim, de cumprir a sua função básica para se tornarem em entidades influenciadoras dos mercados, porventura nos tais cartéis como alguém as classifica, ultrapassando a fronteira da legalidade.
O sucedido teve, apesar de tudo, o mérito de fazer despertar consciências embotadas pelos egoísmos profundos que sempre dividiram a Europa.
Vítima de especulações que as ditas agências comandam, a “virtual” União Europeia é, agora, forçada a decidir se quer ou não quer ser real.
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