O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, advertiu para uma nova crise mundial que se aproxima, bem mais grave e diferente da de 2008!
Eu diria que se não trata de uma nova crise mas de uma recaída da actual que nunca chegou a ser bem curada. E, como é norma, as recaídas são bem mais perigosas.
Perante o falhanço dos “remédios” utilizados pois, como diz Zoellick, apesar de a maioria dos países ter já utilizado todas as “políticas fiscais e monetárias de modo tão flexível quanto possível", os resultados foram insuficientes, pelo que deverá ser adotado um regime mais rigoroso. É uma afirmação que soa a desespero!
Continuam os economistas a não entender a realidade que é bem diferente da dos pressupostos em quem a “sua ciência” se baseia.
Louvo a imaginação e a criatividade mas, por formação e por experiência, limito-as à possibilidade de as concretizar, pois não adianta lutar contra forças que nos excedem nem iludir as leis que um poder mais forte ditou.
Mesmo antes da revolução industrial, quando a actividade económica era apenas primária, Adam Smith e outros sabiam que o crescimento não poderia ser indefinidamente continuado. Dos três “factores de produção”, a terra, o trabalho e o capital, poderão os últimos crescer quanto quisermos mas a terra é, definitivamente, finita. Hoje a terra continua a sê-lo, tal como o são todos os recursos que contém e nos permite utilizar, o que fazemos a um ritmo tão acelerado que rapidamente nos conduzirá à penúria, apesar da sensação de capacidade de superação de todos os problemas em que a evolução tecnológica falsamente nos fez acreditar.
Para além disto, do “crescimento” resultaram problemas ambientais enormes e graves que, por insuficiência energética, não há tratamento ou reciclagem que resolva.
Excedemos os nossos créditos de recursos e conspurcámos o ambiente de que necessitamos para viver. Como resultado, estamos na falência e cada vez mais submersos em montanhas de lixo!
A propósito: se a crise de que Zoellick fala é mundial, quem nos irá ajudar a sair dela?
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