ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

REORGANIZAR A ONU, REORGANIZAR O MUNDO!



É certo que o apoio de um país a um compatriota que se candidatura a um cargo como o de Secretário Geral da ONU é importante. Seria, até, anormal não acontecer.
Mas tal atitude insere-se mais no anterior processo de influências do que na decisão acertada de dar à competência o valor que tem e ser por ela que a escolha se faça.
Independentemente de qualquer valia que a diplomacia portuguesa possa ter tido, incluindo os discursos de Costa e de Marcelo na ONU, não poderá ter passado da insistência num processo de escolha claro e transparente em vez dos “cozinhados” ou das rotações regionais que, antes, conduziam à escolha do que não seria, necessariamente, o melhor.
Mas, na hora da escolha, o mérito foi todo de Guterres que, nas suas intervenções, não deu azo a quaisquer dúvidas àcerca ser o mais capaz de conduzir uma organização da maior importância para a estabilidade do mundo, reformando-a, modernizando o seu modo de actuar, repondo a credibilidade que foi perdendo, impondo a força moral que deve ter, não deixando para o que possa acontecer a solução dos problemas que, como cogumelos, nascem por todo o mundo.
Não pertenço ao grupo dos crédulos para quem “tudo se há-de arranjar”. Sou dos que sabem que não acontece o que nos convém que aconteça se deixarmos, simplesmente, acontecer!
Os resquícios dos antigos hábitos de conluio notaram-se bem na escolha mais do que inoportuna de Merkel que convence uma tal  Kristalina Georgieva, búlgara e Comissária da ONU a fazer a triste figura de, como disse Marcelo, querer ganhar a maratona começando a correr a 100m da meta.
E o resultado foi um patético 8º lugar para quem aparece a dizer “atenção, por que eu sou a melhor”, com 8 desencorajamentos, contra nenhuns para Guterres!
Mas é enorme a tarefa que Guterres terá pela frente, desde a reorganização da própria organização que vai chefiar até questões como a guerra na Síria e outras guerras regionais, a crescente actividade terrorista a vaga de refugiados, a intensa degradação ambiental, as alterações climáticas, etc, para o que os procedimentos tradicionais da ONU não encontraram soluções.
O embaixador russo Vitaly Churkin, na declaração que fez quando, em nome do Conselho Geral que lidera e depois de indicar a inequívoca escolha feita, afirmou esperar que o organismo recomende o nome de António Guterres "por aclamação".
Neste momento faltarão 2 horas para que aconteça.
E, assim, as minhas preocupações ficam minoradas pela esperança de que alguém em quem deposito confiança, as possa sossegar.

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