Quando, em Bruxelas, um Olli qualquer elogia as medidas de austeridade que a incompetência do governo português tornou necessárias e depois daquele humilhante relatório em que a OCDE nos diz como devemos governar-nos, duas notícias de repercussão mundial, fui procurar aquelas que não são realçadas em títulos de caixa alta.
Dentre as publicadas hoje, três me dão conta de que, para além de políticos desqualificados, há neste Portugal gente de grande mérito e valor que muito poucos louvam e ainda menos conhecem.
Dois jovens estudantes de Odemira alcançaram, na Final Europeia de Jovens Cientistas, um brilhante terceiro lugar; Depois de o ser nos transplantes hepáticos com dador cadáver, Portugal é já, também, líder mundial nos transplantes renais, enquanto se coloca no limiar da auto-suficiência nesta arte cirúrgica; O programa português e-escola, agora denominado e-scholl, vai ser implementado em vinte países, num programa liderado pela União Internacional de Telecomunicações.
Mais ainda, a Entidade Reguladora do Sector da Água e Resíduos comunica que em 98% dos sistemas de abastecimento de água são cumpridas as normas de qualidade impostas, o que, com toda a certeza, nos coloca em plano mundial destacado.
De outras coisas mais poderia aqui falar para mostrar que, para além da política em que a incompetência é distinguida e das finanças onde são as varas podres que mais crescem, somos um povo com méritos que nos permitem ombrear com outro povo qualquer.
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ACORDO ORTOGRÁFICO
O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
E SE O FMI ENTRAR…
Aparecem, por vezes, nesses programas de “antena aberta” uns “especialistas” que dizem barbaridades, como não poderia ser outra coisa o produto de uma ignorância mal disfarçada em números e datas que possuem às dúzias nas suas bases de dados.
Acabo de ouvir, num desses programas, uma “convidada” afirmar, a propósito da possibilidade de não ser aprovado o OE, que “sendo assim, o melhor seria dizer ao FMI que não somos capazes de nos governar, venham cá fazê-lo por nós”.
Ora, toda a gente deveria saber que o FMI não governa ninguém. Quando entra, o FMI faz o “arresto” dos bens “penhorados” pela dívida soberana que os governos de Sócrates fizeram subir em flecha, pois o seu objectivo não é o de governar e, no que nos impuser, nunca colocará o interesse dos portugueses acima dos de quem se sente obrigado a defender, dos de quem compra “dívida portuguesa” e ate já o faz assumindo, descaradamente, o papel de agiotas que cobram juros elevadíssimos.
Nesta política de querer salvar o país condenando o seu povo, o governo não encontra alternativas à colecta agressiva de impostos que não param de subir, porque não é capaz de acabar com os compromissos de tantos tachos que criou nos tão famosos “jobs for the boys” que tantos milionários sem mérito já produziram.
Parece-me possível dizer não ao “estrangulamento” dos cidadãos por impostos que, relativamente ao seu nível de vida, são os mais penalizadores da Europa, sem que o FMI meta o bedelho na nossa casa já sem crédito.
Afino pelo diapasão de quem diz que não nos será possível perder mais um ano, depois de tantos já perdidos!
Acabo de ouvir, num desses programas, uma “convidada” afirmar, a propósito da possibilidade de não ser aprovado o OE, que “sendo assim, o melhor seria dizer ao FMI que não somos capazes de nos governar, venham cá fazê-lo por nós”.
Ora, toda a gente deveria saber que o FMI não governa ninguém. Quando entra, o FMI faz o “arresto” dos bens “penhorados” pela dívida soberana que os governos de Sócrates fizeram subir em flecha, pois o seu objectivo não é o de governar e, no que nos impuser, nunca colocará o interesse dos portugueses acima dos de quem se sente obrigado a defender, dos de quem compra “dívida portuguesa” e ate já o faz assumindo, descaradamente, o papel de agiotas que cobram juros elevadíssimos.
Nesta política de querer salvar o país condenando o seu povo, o governo não encontra alternativas à colecta agressiva de impostos que não param de subir, porque não é capaz de acabar com os compromissos de tantos tachos que criou nos tão famosos “jobs for the boys” que tantos milionários sem mérito já produziram.
Parece-me possível dizer não ao “estrangulamento” dos cidadãos por impostos que, relativamente ao seu nível de vida, são os mais penalizadores da Europa, sem que o FMI meta o bedelho na nossa casa já sem crédito.
Afino pelo diapasão de quem diz que não nos será possível perder mais um ano, depois de tantos já perdidos!
A HISTÓRIA DE UM PAÍS QUE QUIS SER RICO!
Nas suas conjecturas sobre os regimes políticos, Aristóteles concluiu que, em teoria, todos eram bons nos seus propósitos mas divergentes nos seus efeitos pela natural tendência do Homem para a prepotência e apego ao poder.
Talvez por isso, o grande político inglês do Século XX, Wistom Churchil, considerou a democracia como o pior dos regimes com excepção dos demais conhecidos.
Passados os tempos aúreos da democracia representativa que privilegia o número, quando as coisas mais importantes se passavam no Parlamento, onde homens como Disraeli se tornaram notados pelo seu poder de argumentação, e quando a convicção era mais importante do que o conhecimento, este regime que tornou infames todos os demais tem sofrido críticas, algumas das quais pela dificuldade que sente de, por vezes, deles se destacar de modo claro.
Hoje, tomar decisões implica estar em dia com o saber sobre as questões a decidir o que, infelizmente, nem sempre é o caso. O estilo “disraeliano” continua a imperar nas atitudes de quem se esforça por fazer crer que é, aquilo que mais lhe conviria que fosse, em vez de procurar conhecer a realidade e decidir em conformidade com ela.
Mas hoje, as margens de erro consentidas são muito menores, pelo que os erros cometidos têm consequências cada vez mais graves e difíceis de reparar.
A democracia necessita de ser renovada juntando à boa cultura democrática os saberes de que necessita para decidir bem, o que conflitua com as disputas de poder que lhe são próprias e, vezes demais, fazem prevalecer o mau princípio de que os fins justificam os meios. A nossa realidade actual bem o demonstra.
Está em cena o “circo da ruína” que vai destruir Portugal.
A continuar assim, um dia se contará a “história de um país que quis ser rico”.
Talvez por isso, o grande político inglês do Século XX, Wistom Churchil, considerou a democracia como o pior dos regimes com excepção dos demais conhecidos.
Passados os tempos aúreos da democracia representativa que privilegia o número, quando as coisas mais importantes se passavam no Parlamento, onde homens como Disraeli se tornaram notados pelo seu poder de argumentação, e quando a convicção era mais importante do que o conhecimento, este regime que tornou infames todos os demais tem sofrido críticas, algumas das quais pela dificuldade que sente de, por vezes, deles se destacar de modo claro.
Hoje, tomar decisões implica estar em dia com o saber sobre as questões a decidir o que, infelizmente, nem sempre é o caso. O estilo “disraeliano” continua a imperar nas atitudes de quem se esforça por fazer crer que é, aquilo que mais lhe conviria que fosse, em vez de procurar conhecer a realidade e decidir em conformidade com ela.
Mas hoje, as margens de erro consentidas são muito menores, pelo que os erros cometidos têm consequências cada vez mais graves e difíceis de reparar.
A democracia necessita de ser renovada juntando à boa cultura democrática os saberes de que necessita para decidir bem, o que conflitua com as disputas de poder que lhe são próprias e, vezes demais, fazem prevalecer o mau princípio de que os fins justificam os meios. A nossa realidade actual bem o demonstra.
Está em cena o “circo da ruína” que vai destruir Portugal.
A continuar assim, um dia se contará a “história de um país que quis ser rico”.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
O CINTO BEM APERTADO... AI Ó JOSÉ FICA-TE BEM!
As recomendações de austeridade da OCDE não devem ter surpreendido ninguém, tal como não surpreenderam o governo que as negociou.
Naquela sessão de apresentação foi visível a satisfação do Ministro das Finanças por este precioso apoio de uma instituição “credível” – como diz o Presidente da República - e só faltaram as palmas para transformar o evento numa gala!
Não ponho em causa as medidas que a OCDE considera necessárias em função dos objectivos europeus. Nada nem ninguém nos salvará de mais um violento apertão de cinto que as circunstâncias actuais nos impõem.
Neste contexto, porém, não são as medidas sugeridas a questão mais importante de esclarecer porque útil será, em termos de experiência para futuro, saber o que as tornou necessárias.
Os socialistas, os mais hábeis a criar factos políticos e a tirar partido das circunstâncias, não terão dúvidas de que foram Durão Barroso e Santana Lopes os responsáveis.
Mas não será estranho que num breve intervalo de 2 anos, em quinze anos de governo que começaram com António Guterres, tanto se tenham degradado as finanças nacionais?
É altura para recordar o “pântano” em que Guterres disse não querer afogar-se quando se demitiu do seu cargo de Primeiro-Ministro. Então muita gente se interrogou sobre o significado de tal afirmação. Agora parece evidente!
Além disto e seja o que for que tenha acontecido, Sócrates e o seu Ministro das Finanças não foram modestos quando se vangloriaram de haver saneado, definitivamente, as finanças portuguesas ao ser atingido um défice de 3%. Depois disso sabemos o que sucedeu.
Então, para saber no que ficamos, para conhecer a causa de mais este apertão de cinto para que se não repita, uma questão deve ser esclarecida: foi Guterres quem brincou com o país ao demitir-se por um “pântano” que não existia ou foi Sócrates que se vangloriou por um êxito que não alcançou?
Naquela sessão de apresentação foi visível a satisfação do Ministro das Finanças por este precioso apoio de uma instituição “credível” – como diz o Presidente da República - e só faltaram as palmas para transformar o evento numa gala!
Não ponho em causa as medidas que a OCDE considera necessárias em função dos objectivos europeus. Nada nem ninguém nos salvará de mais um violento apertão de cinto que as circunstâncias actuais nos impõem.
Neste contexto, porém, não são as medidas sugeridas a questão mais importante de esclarecer porque útil será, em termos de experiência para futuro, saber o que as tornou necessárias.
Os socialistas, os mais hábeis a criar factos políticos e a tirar partido das circunstâncias, não terão dúvidas de que foram Durão Barroso e Santana Lopes os responsáveis.
Mas não será estranho que num breve intervalo de 2 anos, em quinze anos de governo que começaram com António Guterres, tanto se tenham degradado as finanças nacionais?
É altura para recordar o “pântano” em que Guterres disse não querer afogar-se quando se demitiu do seu cargo de Primeiro-Ministro. Então muita gente se interrogou sobre o significado de tal afirmação. Agora parece evidente!
Além disto e seja o que for que tenha acontecido, Sócrates e o seu Ministro das Finanças não foram modestos quando se vangloriaram de haver saneado, definitivamente, as finanças portuguesas ao ser atingido um défice de 3%. Depois disso sabemos o que sucedeu.
Então, para saber no que ficamos, para conhecer a causa de mais este apertão de cinto para que se não repita, uma questão deve ser esclarecida: foi Guterres quem brincou com o país ao demitir-se por um “pântano” que não existia ou foi Sócrates que se vangloriou por um êxito que não alcançou?
sábado, 25 de setembro de 2010
SÓCRATES QUER SAIR PELA PORTA GRANDE!
Depois de tantas ocasiões em que a saída pela “esquerda baixa” era a hipótese mais evidente, Sócrates tenta virar o jogo a seu favor e livrar-se deste “frete” de governar um país exaurido por tantos disparates que fez, saindo pela “porta grande”.
Já terá esgotado todos os truques possíveis, o último dos quais, perante a ingenuidade dos adversários, quase teve a magia das grandes ilusões de David Copperfield ao fazer desaparecer um avião, atravessar a muralha da China, eu sei lá que mais.
Rasteirou o PSD que, sem técnicas de equilíbrio, se espalhou ao comprido, situação de que tenta livrar-se agora.
Montando um sistema de enredadas confusões, apresentadas com a “ingenuidade” de quem apenas diz inquestionáveis verdades, o “Grupo de Sócrates” talvez se tenha inspirado no “bullying” que abusa de vítimas incapazes de defender-se.
Duas realidades lamentáveis pelo abuso de uns e pela fragilidade que outros revelam nesta luta pelo poder que, pelas ambições cada vez mais excessivas, perverte a democracia e prejudica os cidadãos.
Para Sócrates, “o mundo muda numa semana” em vez de ir mudando como o indicam os sinais que os governantes devem ir lendo para, oportunamente, se prepararem para enfrentar as dificuldades que se aproximem. Por isso a insistência deste governo em dolorosas técnicas curativas que a falta de prevenção não permitiu evitar.
Sócrates tenta sair tal como entrou: a aumentar impostos depois de afirmar o contrário!
Faz lembrar as quase desaparecidas “pescadinhas de rabo na boca” que, talvez por serem tão apreciadas, poderão dar-lhe a vitória em eleições que se sigam. Mas será que ele a deseja?
Já terá esgotado todos os truques possíveis, o último dos quais, perante a ingenuidade dos adversários, quase teve a magia das grandes ilusões de David Copperfield ao fazer desaparecer um avião, atravessar a muralha da China, eu sei lá que mais.
Rasteirou o PSD que, sem técnicas de equilíbrio, se espalhou ao comprido, situação de que tenta livrar-se agora.
Montando um sistema de enredadas confusões, apresentadas com a “ingenuidade” de quem apenas diz inquestionáveis verdades, o “Grupo de Sócrates” talvez se tenha inspirado no “bullying” que abusa de vítimas incapazes de defender-se.
Duas realidades lamentáveis pelo abuso de uns e pela fragilidade que outros revelam nesta luta pelo poder que, pelas ambições cada vez mais excessivas, perverte a democracia e prejudica os cidadãos.
Para Sócrates, “o mundo muda numa semana” em vez de ir mudando como o indicam os sinais que os governantes devem ir lendo para, oportunamente, se prepararem para enfrentar as dificuldades que se aproximem. Por isso a insistência deste governo em dolorosas técnicas curativas que a falta de prevenção não permitiu evitar.
Sócrates tenta sair tal como entrou: a aumentar impostos depois de afirmar o contrário!
Faz lembrar as quase desaparecidas “pescadinhas de rabo na boca” que, talvez por serem tão apreciadas, poderão dar-lhe a vitória em eleições que se sigam. Mas será que ele a deseja?
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
NO TEMPO EM QUE OS ANIMAIS FALAVAM
Nas cada vez mais chatas, repetitivas e pouco imaginativas discussões na Assembleia da República é mais do que certo, quando o governo é acusado por ter feito (ou não ter feito) isto ou aquilo, ouvir-se uma resposta que, de tão velha, já tem barbas: O senhor não se lembra de, quando o seu partido era governo, ter feito (ou não ter feito), ter dito (ou não ter dito) isto ou aquilo?
Logo me vem à lembrança aquela cena de uma fábula em que o lobo mau, já sem outros argumentos, acaba por acusar o inocente cordeiro: se não foste tu foi o teu pai!
E eu que pensava que já não vivíamos nos tempos em que os animais falavam… ou vivemos?
Que doloroso é ter de escutar estes desagradáveis diálogos de surdos para no fim ficarmos a saber que vamos ter de pagar mais impostos!
Será que estes senhores não sabem, mesmo, fazer melhor?
Logo me vem à lembrança aquela cena de uma fábula em que o lobo mau, já sem outros argumentos, acaba por acusar o inocente cordeiro: se não foste tu foi o teu pai!
E eu que pensava que já não vivíamos nos tempos em que os animais falavam… ou vivemos?
Que doloroso é ter de escutar estes desagradáveis diálogos de surdos para no fim ficarmos a saber que vamos ter de pagar mais impostos!
Será que estes senhores não sabem, mesmo, fazer melhor?
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
QUEM É CULPADO DA CRISE QUE FAZ AUMENTAR O DESEMPREGO, QUE FAZ AUMENTAR A POBREZA, QUE...
É mais do que óbvio que o desemprego vai continuar a aumentar, como diz a Senhora Ministra do Trabalho; E vão continuar as falências de empresas, como poderia dizer o Senhor Ministro da Economia; Como vai aumentar o número dos que a cada dia vão sentindo mais e mais dificuldade em satisfazer as suas necessidades mais básicas, como poderia dizer, também, a Senhora Ministra da Solidariedade Social; Como tantas outras coisas desagradáveis vão acontecer e das quais a “crise” será sempre culpada. E, sendo assim, de quem poderemos queixar-nos? Da Senhora Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social? Do Senhor Ministro da Economia? Do Senhor Ministro das Finanças? Do próprio Senhor Primeiro-Ministro?
Deixem-me pensar… quem será que origina as crises? Os milhões que se deixam seduzir pela publicidade agressiva e enganadora que é consentida e consomem, consomem, consomem, mesmo que disso não tenham necessidade ou aqueles que têm por obrigação estar atentos e não deixar a economia resvalar por caminhos perigosos mas que, por palavras e por obras, até a incentivam a ir por aí?
Portugal, o país com maior densidade de auto-estradas da Europa, quiçá do mundo (!), onde há mais telemóveis a funcionar do que habitantes, que outras estatísticas de grandeza consumista colocam nos topos, está a ficar de tanga.
Por culpa da crise? Obviamente, dirão os Senhores Ministros da Economia, das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social, o Primeiro-Ministro!
Quem será o “sacristão” que diz “amen”?
Deixem-me pensar… quem será que origina as crises? Os milhões que se deixam seduzir pela publicidade agressiva e enganadora que é consentida e consomem, consomem, consomem, mesmo que disso não tenham necessidade ou aqueles que têm por obrigação estar atentos e não deixar a economia resvalar por caminhos perigosos mas que, por palavras e por obras, até a incentivam a ir por aí?
Portugal, o país com maior densidade de auto-estradas da Europa, quiçá do mundo (!), onde há mais telemóveis a funcionar do que habitantes, que outras estatísticas de grandeza consumista colocam nos topos, está a ficar de tanga.
Por culpa da crise? Obviamente, dirão os Senhores Ministros da Economia, das Finanças, do Trabalho e da Solidariedade Social, o Primeiro-Ministro!
Quem será o “sacristão” que diz “amen”?
terça-feira, 21 de setembro de 2010
É NO APROVEITAR QUE ESTÁ O GANHO...
Um dito que tantas vezes ouvi à minha avó nos tempos difíceis da minha infância, mas que hoje, tanto ou mais do que então, se justifica.
Li que o Presidente da República havia afirmado que "um país que não consegue explorar(*), sustentavelmente, os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros". E não posso estar mais de acordo porque, afinal, num mundo tão carenciado ninguém tem o direito de ser perdulário ou esbanjador.
A verdade, porém, é que desperdiçamos demasiado e, pior do que isso, adquirimos, sem o sermos, hábitos de ricos que nos levaram a esta situação de penúria em que nos encontramos.
Desde há muito tempo que deixamos certas actividades para os outros, para os imigrantes, talvez convencidos de que somos bons demais para fazer certos trabalhos que consideramos menores. Há muito que abandonamos os campos porque é duro o trabalho de arrancar o sustento da terra. Há muito que…
Vai ser um esforço árduo para arrepiar caminho e voltar aos velhos hábitos de trabalho e de poupança, ao aproveitamento do que temos, incluindo uma vasta parte do território continental e do mar que temos abandonados.
Portugal é um país a precisar de um povo que o saiba engrandecer, que seja capaz de, aproveitando o que o seu país tem para lhe dar, criar boas condições de vida.
Todos nós precisamos de perder o mau hábito de pensar nas “obrigações” que julgamos que todos têm para connosco, de superar com trabalho as ajudas que recebamos e de acabar com as lamúrias ridículas com que, por tudo e por nada, reclamamos apoios para fazer seja o que for!
A grande verdade é que é do fruto do nosso trabalho que teremos de viver e não das ajudas que, por esmola ou solidariedade, nos possam dar.
É fácil compreender porque estamos em crise e porque continuaremos em crise, apesar de o governo se ver forçado, pelas circunstâncias, a perder as atitudes de novo-riquismo que têm caracterizado a sua governação.
(*) prefiro, por mais adequado, o termo aproveitar. Porém, o “sustentavelmente” que se lhe segue, reencaminha para o aproveitamento.
Li que o Presidente da República havia afirmado que "um país que não consegue explorar(*), sustentavelmente, os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros". E não posso estar mais de acordo porque, afinal, num mundo tão carenciado ninguém tem o direito de ser perdulário ou esbanjador.
A verdade, porém, é que desperdiçamos demasiado e, pior do que isso, adquirimos, sem o sermos, hábitos de ricos que nos levaram a esta situação de penúria em que nos encontramos.
Desde há muito tempo que deixamos certas actividades para os outros, para os imigrantes, talvez convencidos de que somos bons demais para fazer certos trabalhos que consideramos menores. Há muito que abandonamos os campos porque é duro o trabalho de arrancar o sustento da terra. Há muito que…
Vai ser um esforço árduo para arrepiar caminho e voltar aos velhos hábitos de trabalho e de poupança, ao aproveitamento do que temos, incluindo uma vasta parte do território continental e do mar que temos abandonados.
Portugal é um país a precisar de um povo que o saiba engrandecer, que seja capaz de, aproveitando o que o seu país tem para lhe dar, criar boas condições de vida.
Todos nós precisamos de perder o mau hábito de pensar nas “obrigações” que julgamos que todos têm para connosco, de superar com trabalho as ajudas que recebamos e de acabar com as lamúrias ridículas com que, por tudo e por nada, reclamamos apoios para fazer seja o que for!
A grande verdade é que é do fruto do nosso trabalho que teremos de viver e não das ajudas que, por esmola ou solidariedade, nos possam dar.
É fácil compreender porque estamos em crise e porque continuaremos em crise, apesar de o governo se ver forçado, pelas circunstâncias, a perder as atitudes de novo-riquismo que têm caracterizado a sua governação.
(*) prefiro, por mais adequado, o termo aproveitar. Porém, o “sustentavelmente” que se lhe segue, reencaminha para o aproveitamento.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
POUCA-TERRA, POUCA-CABEÇA...
Sou beirão e gosto da minha Terra como de nenhuma outra.
Mas gosto muito do Alentejo, também.
Gosto daquela terra imensa ensolarada de que um poeta disse um dia “não tem sombra senão a que vem do Céu”.
Ali me deliciei apreciando pedaços de maravilhas em Évora, em Monsaraz em Marvão… ; Extasiei-me com as revelações de passados mais ou menos distantes em dolmans, menhires e ruínas romanas;
Vi, no Badocha, animais selvagens um tanto fora de contexto, mas...;
Em Serpa comi queijo que me fez lembrar o da minha Serra, gosto de migas e até como gaspacho se não tiver pepino;
Adoçam-me a alma os cantares daquelas gentes a quem uma simples rama de oliveira tão artisticamente inspira!
Mas a serenidade desta terra será, em breve, sacudida pela velocidade estonteante de um TGV em cuja construção urgente alguém insistiu porque a aparência de sucesso a isso obrigava. Ou talvez não, porque o troço que já constroem pode não ligar, tão cedo, a coisa nenhuma.
Mesmo assim, o Alentejo ganhará um novo motivo de atracção, um lugar extenso onde, como em miúdos, poderemos correr ao longo dos carris gritando: pouca-terra, pouca-terra, pouca-cabeça, pouca-cabeça… talvez para esquecermos as dores de um “orçamento” de cortes profundos e impostos violentos que, por estes "pequenos luxos", as famosas empresas de “rating” nos impõem para não tornarem ainda mais caro o dinheiro que cada vez menos temos.
Mas gosto muito do Alentejo, também.
Gosto daquela terra imensa ensolarada de que um poeta disse um dia “não tem sombra senão a que vem do Céu”.
Ali me deliciei apreciando pedaços de maravilhas em Évora, em Monsaraz em Marvão… ; Extasiei-me com as revelações de passados mais ou menos distantes em dolmans, menhires e ruínas romanas;
Vi, no Badocha, animais selvagens um tanto fora de contexto, mas...;
Em Serpa comi queijo que me fez lembrar o da minha Serra, gosto de migas e até como gaspacho se não tiver pepino;
Adoçam-me a alma os cantares daquelas gentes a quem uma simples rama de oliveira tão artisticamente inspira!
Mas a serenidade desta terra será, em breve, sacudida pela velocidade estonteante de um TGV em cuja construção urgente alguém insistiu porque a aparência de sucesso a isso obrigava. Ou talvez não, porque o troço que já constroem pode não ligar, tão cedo, a coisa nenhuma.
Mesmo assim, o Alentejo ganhará um novo motivo de atracção, um lugar extenso onde, como em miúdos, poderemos correr ao longo dos carris gritando: pouca-terra, pouca-terra, pouca-cabeça, pouca-cabeça… talvez para esquecermos as dores de um “orçamento” de cortes profundos e impostos violentos que, por estes "pequenos luxos", as famosas empresas de “rating” nos impõem para não tornarem ainda mais caro o dinheiro que cada vez menos temos.
sábado, 18 de setembro de 2010
ORGIAS DE TEMPO PERDIDO
Pergunto-me, muitas vezes, quantos prejuízos, para o país, resultam das casmurrices dos políticos para quem tudo se avalia em termos de vitória ou de derrota pessoal, pelo que se envolvem em disputadas batalhas verbais, sem cuidar de saber dos danos que, pelas confusões que geram e pelo tempo que desperdiçam, todos possamos sofrer.
Na maioria dos discursos em que é evidente a preocupação de mostrar que o outro ainda é pior, raramente alguém se afirma pela positiva e ninguém se dispõe a ceder às exigências de um esforço para alcançar o bem comum que, apesar disso, todos dizem ser seu propósito alcançar.
É quase hilariante assistir a uma discussão política que, aconteça onde acontecer, não raras vezes mais parece uma conversa de surdos ou de tontos, com as questões envolvidas por floreados que as deturpam, as respostas iludidas com despropositadas afirmações que não consentem refutação e conclusões que a nada conduzem. Não passa, por isso, de verborreia estéril, de tempo precioso perdido em desatinos, de distracção dos problemas reais que o país necessita ver urgentemente encarados e resolvidos, porque o futuro não espera.
É, algumas vezes, uma “malhação” idiota que substitui a discussão séria de ideias e de problemas sérios que os deviam preocupar.
É este o grande problema da herança do parlamentarismo disraeliano, quando o grande político era aquele que conseguia provar o impossível de provar, defender o indefensável e, assim, alcançar o objectivo pessoal ou partidário pretendido, muito aplaudido por uma multidão descuidada que vibra com estas diatribes que a distraem dos problemas reais.
Na maioria dos discursos em que é evidente a preocupação de mostrar que o outro ainda é pior, raramente alguém se afirma pela positiva e ninguém se dispõe a ceder às exigências de um esforço para alcançar o bem comum que, apesar disso, todos dizem ser seu propósito alcançar.
É quase hilariante assistir a uma discussão política que, aconteça onde acontecer, não raras vezes mais parece uma conversa de surdos ou de tontos, com as questões envolvidas por floreados que as deturpam, as respostas iludidas com despropositadas afirmações que não consentem refutação e conclusões que a nada conduzem. Não passa, por isso, de verborreia estéril, de tempo precioso perdido em desatinos, de distracção dos problemas reais que o país necessita ver urgentemente encarados e resolvidos, porque o futuro não espera.
É, algumas vezes, uma “malhação” idiota que substitui a discussão séria de ideias e de problemas sérios que os deviam preocupar.
É este o grande problema da herança do parlamentarismo disraeliano, quando o grande político era aquele que conseguia provar o impossível de provar, defender o indefensável e, assim, alcançar o objectivo pessoal ou partidário pretendido, muito aplaudido por uma multidão descuidada que vibra com estas diatribes que a distraem dos problemas reais.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O HOMEM DO PÍFARO!
Não é fácil, olhando para um animal ou para uma planta, vê-los crescer em pouco tempo. Mas com a dívida portuguesa é diferente, pois cresce mais num minuto do que eu consegui amealhar em toda uma longa vida de trabalho.
Por isso, quando leio nos jornais, vejo nas televisões, escuto no café e no barbeiro que a dívida atinge valores exorbitantes, que pagamos os juros mais altos pelo dinheiro de que necessitamos, que o perigo de ruptura é cada vez maior e que a intervenção do FMI já está próxima… confesso que fico preocupado. Preocupado demais, tão preocupado que só me resta uma solução: acreditar em Sócrates e, como ele, ter a certeza de que é assim que Portugal vai crescer, gastando mais e mais, gastando o que não tem, o que não pode gastar e que exorbitam os alarmistas, porque tudo está controlado!
Fico aliviado mas, depois, vem-me à ideia uma “estória” que me contaram há muitos anos.
Há muito tempo, na Grécia antiga, uma enorme multidão assistia a uma peça de teatro quando deflagra um incêndio. A multidão precipita-se para as saídas mas uma voz forte e bem timbrada grita: acalmem-se, eu sou o Homem do pífaro!
A multidão acalmou mas as chamas não paravam de crescer. Uma vez e outra a multidão agita-se e tenta escapar mas sempre se ouve a voz que grita: acalmem-se, não tenham medo, eu sou o Homem do pífaro!
Mas as chamas acabam por provocar a derrocada do teatro de onde ninguém escapou…
Dois mil anos mais tarde, numas escavações e no meio de muita ossada, foram encontradas provas inequívocas de que, afinal, não era o Homem do Pífaro!
Por isso, quando leio nos jornais, vejo nas televisões, escuto no café e no barbeiro que a dívida atinge valores exorbitantes, que pagamos os juros mais altos pelo dinheiro de que necessitamos, que o perigo de ruptura é cada vez maior e que a intervenção do FMI já está próxima… confesso que fico preocupado. Preocupado demais, tão preocupado que só me resta uma solução: acreditar em Sócrates e, como ele, ter a certeza de que é assim que Portugal vai crescer, gastando mais e mais, gastando o que não tem, o que não pode gastar e que exorbitam os alarmistas, porque tudo está controlado!
Fico aliviado mas, depois, vem-me à ideia uma “estória” que me contaram há muitos anos.
Há muito tempo, na Grécia antiga, uma enorme multidão assistia a uma peça de teatro quando deflagra um incêndio. A multidão precipita-se para as saídas mas uma voz forte e bem timbrada grita: acalmem-se, eu sou o Homem do pífaro!
A multidão acalmou mas as chamas não paravam de crescer. Uma vez e outra a multidão agita-se e tenta escapar mas sempre se ouve a voz que grita: acalmem-se, não tenham medo, eu sou o Homem do pífaro!
Mas as chamas acabam por provocar a derrocada do teatro de onde ninguém escapou…
Dois mil anos mais tarde, numas escavações e no meio de muita ossada, foram encontradas provas inequívocas de que, afinal, não era o Homem do Pífaro!
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
O “ATAQUE” AO ESTADO SOCIAL: REPENSÁ-LO OU DEIXÁ-LO MORRER?
A Srª Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, foi muito clara na sua afirmação das dificuldades que ameaçam o Estado social como “os cortes de despesa pública nos países europeus demonstram…”
Mais diz a Srª Ministra que “os défices públicos estão a obrigar a repensar o financiamento” referindo-se ao Estado social que, sem qualquer dúvida, sentirá cada vez mais dificuldades até se tornar inviável, a menos que sejam encontradas novas formas para o viabilizar.
A comprová-lo está, por exemplo, a iniciativa do Ministério da Saúde que vai decidir mais uma descida administrativa nos preços dos medicamentos, ao mesmo tempo que fará baixar, também, o valor das comparticipações na sua aquisição, o que se somará à anulação dos benefícios fiscais com despesas de saúde que o governo anunciou.
Ana Jorge e o governo confirmam, deste modo, o que Gabriela Canavilhas havia afirmado, bem como tornam ainda mais claras as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde que, além de não conseguir alcançar todos os seus propósitos nos cuidados de saúde que lhe compete prestar, não consegue evitar que aumente a sua já enorme dívida a quem o fornece.
Não é preciso ir mais longe para demonstrar como se tornou mais do que óbvia e urgente a necessidade de repensar o Estado Social para o não deixar morrer.
Sendo assim, como culpar os que pretendem repensá-lo de o quererem destruir?
Há muito que me não restam quaisquer dúvidas de que, para os políticos, fazer parecer que é, aquilo que lhes convém que fosse, é o artifício mais imediato perante dificuldades que se lhes apresentem. Por isso, não é essa atitude que me surpreende mas sim o facto de ela continuar a ter o bom acolhimento de um público distraído que não pensa o seu futuro porque só pensa no imediato.
Mais diz a Srª Ministra que “os défices públicos estão a obrigar a repensar o financiamento” referindo-se ao Estado social que, sem qualquer dúvida, sentirá cada vez mais dificuldades até se tornar inviável, a menos que sejam encontradas novas formas para o viabilizar.
A comprová-lo está, por exemplo, a iniciativa do Ministério da Saúde que vai decidir mais uma descida administrativa nos preços dos medicamentos, ao mesmo tempo que fará baixar, também, o valor das comparticipações na sua aquisição, o que se somará à anulação dos benefícios fiscais com despesas de saúde que o governo anunciou.
Ana Jorge e o governo confirmam, deste modo, o que Gabriela Canavilhas havia afirmado, bem como tornam ainda mais claras as dificuldades do Serviço Nacional de Saúde que, além de não conseguir alcançar todos os seus propósitos nos cuidados de saúde que lhe compete prestar, não consegue evitar que aumente a sua já enorme dívida a quem o fornece.
Não é preciso ir mais longe para demonstrar como se tornou mais do que óbvia e urgente a necessidade de repensar o Estado Social para o não deixar morrer.
Sendo assim, como culpar os que pretendem repensá-lo de o quererem destruir?
Há muito que me não restam quaisquer dúvidas de que, para os políticos, fazer parecer que é, aquilo que lhes convém que fosse, é o artifício mais imediato perante dificuldades que se lhes apresentem. Por isso, não é essa atitude que me surpreende mas sim o facto de ela continuar a ter o bom acolhimento de um público distraído que não pensa o seu futuro porque só pensa no imediato.
UNIVERSO: OBRA DE DEUS OU DO NADA?
Está anunciado mais um livro de Stephen Howking, o celebérrimo físico inglês, nascido em 1942, que tem vivido a sua já longa vida numa cadeira de rodas. Uma mente brilhante que tem contribuído para alguns avanços da Ciência e que, agora, parece afastar Deus do processo de criação do Universo que atribui a um “feliz acaso”, sendo o “big-bang uma consequência inevitável das leis da Física”!
Não será por isto que passarei a admirar menos Stephen Howking, mas também não será por ser ele a afirmá-lo que aceito como verdade que “não há lugar para Deus nas teorias da criação do Universo”.
Teorias são teorias e não ciência porque, para o serem, terão de ser confirmadas! Esta é a razão de ser da Ciência que, apesar disso, não produz verdades absolutas.
Mas, na Física, o nada é nada e ponto final.
Mais coerente me parece Einstein na sua fórmula universal que a toda a matéria faz corresponder uma energia numa proporção que o quadrado de uma “constante universal” define.
Se a energia apenas se “vê” pelos seus efeitos, seja qual for a sua forma, poderá, no seu “estado puro” ser tomada como nada ou como Deus, tornando-se, depois, no princípio de tudo a que as leis das Física se aplicam. Mas, nada não é, com certeza!
Finalmente, se o “big-bang” resultou de um acaso ou de uma vontade… é matéria para outra discussão.
Não será por isto que passarei a admirar menos Stephen Howking, mas também não será por ser ele a afirmá-lo que aceito como verdade que “não há lugar para Deus nas teorias da criação do Universo”.
Teorias são teorias e não ciência porque, para o serem, terão de ser confirmadas! Esta é a razão de ser da Ciência que, apesar disso, não produz verdades absolutas.
Mas, na Física, o nada é nada e ponto final.
Mais coerente me parece Einstein na sua fórmula universal que a toda a matéria faz corresponder uma energia numa proporção que o quadrado de uma “constante universal” define.
Se a energia apenas se “vê” pelos seus efeitos, seja qual for a sua forma, poderá, no seu “estado puro” ser tomada como nada ou como Deus, tornando-se, depois, no princípio de tudo a que as leis das Física se aplicam. Mas, nada não é, com certeza!
Finalmente, se o “big-bang” resultou de um acaso ou de uma vontade… é matéria para outra discussão.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
REGIONALIZAÇÃO E REVISÃO CONSTITUCIONAL
Poucas pessoas se recordarão do que foi a experiência de regionalização que Passos Coelho agora propõe que seja reeditada e, de novo, no Algarve.
Acredito que a experiência então feita pudesse ter tido mais sucesso se feita com maiores cuidados. Mas foi um falhanço completo e do qual nem sequer conclusões esclarecedoras foram retiradas, tanto que só muitos anos depois a regionalização que a Constituição impõe (?) voltou a ser matéria de discussão, sujeita a referendo e reprovada!
Diz Passos Coelho que uma experiência inicial e a regionalização progressiva seriam o modo ideal para levar a cabo a imposição constitucional nunca cumprida.
Não só pela experiência de vida que tenho como pela própria experiência falhada que antes referi, duvido desta técnica para regionalizar.
Em primeiro lugar questiono as razões que levam a crer que o Algarve deva ser, em si mesmo, uma região administrativa. Talvez sim, talvez não!
Criar uma região, ou antes, um conjunto de regiões, não se faz numa noite de insónia em que, sobre um mapa, se vão definindo fronteiras.
A divisão regional deve ser estudada globalmente para que as regiões definidas resultem equilibradas e com capacidade competitiva entre si, o que requer elaborados estudos que não existem ainda.
Regionalizar ou não regionalizar é uma decisão política, mas a regionalização é, maioritariamente, uma questão que exige outras visões e outros saberes.
Para evitar que a regionalização seja a “divisão” territorial que não deve ser, não pode ser feita região a região mas no todo do território, ainda que a progressiva, mas simultânea, atribuição de meios e de competências possa ser uma boa técnica de optimização.
Acredito que a experiência então feita pudesse ter tido mais sucesso se feita com maiores cuidados. Mas foi um falhanço completo e do qual nem sequer conclusões esclarecedoras foram retiradas, tanto que só muitos anos depois a regionalização que a Constituição impõe (?) voltou a ser matéria de discussão, sujeita a referendo e reprovada!
Diz Passos Coelho que uma experiência inicial e a regionalização progressiva seriam o modo ideal para levar a cabo a imposição constitucional nunca cumprida.
Não só pela experiência de vida que tenho como pela própria experiência falhada que antes referi, duvido desta técnica para regionalizar.
Em primeiro lugar questiono as razões que levam a crer que o Algarve deva ser, em si mesmo, uma região administrativa. Talvez sim, talvez não!
Criar uma região, ou antes, um conjunto de regiões, não se faz numa noite de insónia em que, sobre um mapa, se vão definindo fronteiras.
A divisão regional deve ser estudada globalmente para que as regiões definidas resultem equilibradas e com capacidade competitiva entre si, o que requer elaborados estudos que não existem ainda.
Regionalizar ou não regionalizar é uma decisão política, mas a regionalização é, maioritariamente, uma questão que exige outras visões e outros saberes.
Para evitar que a regionalização seja a “divisão” territorial que não deve ser, não pode ser feita região a região mas no todo do território, ainda que a progressiva, mas simultânea, atribuição de meios e de competências possa ser uma boa técnica de optimização.
A EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL E A POLÍTICA
Somos hoje sete mil milhões de habitantes em todo o Planeta. Não passaríamos de dois mil e quinhentos milhões quando eu nasci, no primeiro terço do século vinte, o que significa que a população mundial quase triplicou desde então.
Não fosse este brutal acréscimo, só por si, um problema que cria preocupações de sustentabilidade, circunstâncias há que o complicam como a diferente distribuição da população pelos Continentes e dentro destes, para além da alteração da estrutura etária que cada vez mais se afasta da que tende a perpetuar uma espécie.
Apesar da ainda forte natalidade na Ásia, na África e nas Américas Central e do Sul, a população mundial tende rapidamente a envelhecer, prevendo-se que cerca do já próximo ano 2030 os indivíduos com mais de sessenta anos sejam, em média, 30% da população total quando, no início deste século não iam além de 10%. Para esta média, a contribuição da Velha Europa é de muito próximo de 50%!
A situação mundial agravar-se-á até meados do século, segundo o estudo desenvolvido pelo Instituto Demográfico de Viena e pela Universidade do Estado de Nova Iorque.
Estas mudanças tão significativas não podem deixar de influenciar o modo como encaramos o futuro e, inevitavelmente, o nosso modo de viver.
Problemas alimentares e de saúde tornar-se-ão cada vez mais difíceis de resolver, sobretudo se insistirmos em definir as respectivas políticas sem perspectivar os efeitos de um crescimento populacional que, segundo se estima, ainda neste século atingirá doze ou catorze mil milhões de seres humanos!
Se a tudo isto somarmos a degradação ambiental que resultará da utilização cada vez maior dos recursos naturais e as migrações inevitáveis a partir das regiões mais pobres ou exauridas, não será difícil prever a enormidade dos problemas que nos esperam.
Com as políticas que prosseguimos e as leis que temos não estaremos preparados para tamanha afronta e a estabilidade social tornar-se-á um mito quando todos lutarem por coisa nenhuma!
Ontem vi um documentário da National Geographic que, à semelhança do que Al Gore fez em relação às mudanças climáticas, perspectivou um futuro terrível, desta vez pelas consequências da falta de água a que os consumos de população excessiva conduzirá.
Para além dos excessos que, em ambos os casos, a perspectiva contém, possuem o mérito enorme de alertarem para um futuro que, a não ser muito cuidado, será catastrófico!
É mais um aviso aos políticos que, na sua quase geral ignorância científica, os não entenderão, continuando a defender quiméricas políticas de abundância, a traçar planos maquiavélicos de dominação, a fazer disparates que a Humanidade pagará bem caros.
Não fosse este brutal acréscimo, só por si, um problema que cria preocupações de sustentabilidade, circunstâncias há que o complicam como a diferente distribuição da população pelos Continentes e dentro destes, para além da alteração da estrutura etária que cada vez mais se afasta da que tende a perpetuar uma espécie.
Apesar da ainda forte natalidade na Ásia, na África e nas Américas Central e do Sul, a população mundial tende rapidamente a envelhecer, prevendo-se que cerca do já próximo ano 2030 os indivíduos com mais de sessenta anos sejam, em média, 30% da população total quando, no início deste século não iam além de 10%. Para esta média, a contribuição da Velha Europa é de muito próximo de 50%!
A situação mundial agravar-se-á até meados do século, segundo o estudo desenvolvido pelo Instituto Demográfico de Viena e pela Universidade do Estado de Nova Iorque.
Estas mudanças tão significativas não podem deixar de influenciar o modo como encaramos o futuro e, inevitavelmente, o nosso modo de viver.
Problemas alimentares e de saúde tornar-se-ão cada vez mais difíceis de resolver, sobretudo se insistirmos em definir as respectivas políticas sem perspectivar os efeitos de um crescimento populacional que, segundo se estima, ainda neste século atingirá doze ou catorze mil milhões de seres humanos!
Se a tudo isto somarmos a degradação ambiental que resultará da utilização cada vez maior dos recursos naturais e as migrações inevitáveis a partir das regiões mais pobres ou exauridas, não será difícil prever a enormidade dos problemas que nos esperam.
Com as políticas que prosseguimos e as leis que temos não estaremos preparados para tamanha afronta e a estabilidade social tornar-se-á um mito quando todos lutarem por coisa nenhuma!
Ontem vi um documentário da National Geographic que, à semelhança do que Al Gore fez em relação às mudanças climáticas, perspectivou um futuro terrível, desta vez pelas consequências da falta de água a que os consumos de população excessiva conduzirá.
Para além dos excessos que, em ambos os casos, a perspectiva contém, possuem o mérito enorme de alertarem para um futuro que, a não ser muito cuidado, será catastrófico!
É mais um aviso aos políticos que, na sua quase geral ignorância científica, os não entenderão, continuando a defender quiméricas políticas de abundância, a traçar planos maquiavélicos de dominação, a fazer disparates que a Humanidade pagará bem caros.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
O ROMANTISMO ACABOU...
Uns dizem que a crise vai passando, outros afirmam que são ainda necessárias mais medidas de austeridade para a debelar, enquanto para alguns ela jamais chegará ao fim.
Neste Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social e já próximo do Dia Internacional para Irradicação da Pobreza, o que, na realidade, vemos, é um mundo em convulsão com o desemprego em níveis nunca dantes tão sentidos, com desempregados que, pelas mais diversas razões, jamais irão reaver os seus empregos a par de outros que nem o primeiro conseguem, além de uma população cada vez mais idosa e dependente.
Por sua vez, o mercado paralelo, vulgo “mercado negro”, cresce e lá vai permitindo a sobrevivência de alguns…
Mas, o que mais me preocupa neste regime em que vivemos, é ver chegado o momento em que a mão de obra, definitivamente, sobeja!
Sempre foi este um dos efeitos das crises que, ao longo do tempo, se foram vivendo. Mas um “sistema” ainda aberto, com espaço imenso para explorar, ia permitindo novas iniciativas agora cada vez mais difíceis à medida que o “sistema” se reduz à dimensão desta “aldeia global” em que vivemos.
Neste clima de crise de que alguns vão conseguindo sair com mais ou menos sucesso, nota-se a recuperação e, até, o crescimento de algumas empresas sem a necessidade de readmitir as centenas ou os milhares de empregados que antes dispensaram.
Não se pode continuar a pensar e a agir do mesmo modo quando as circunstâncias tão radicalmente se alteram. Próximo está o tempo em que os pensionistas serão a enorme maioria que os activos cada vez menos conseguirão suportar.
E a propósito dos serviços gratuitos que o Estado garante, ou pretende garantir, é bom não esquecer o que disse Fidel de Castro em resposta à pergunta se o “regime cubano” seria para exportar: “já nem em Cuba funciona”!
O romantismo acabou. O mundo tem de cair na realidade!
Neste Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social e já próximo do Dia Internacional para Irradicação da Pobreza, o que, na realidade, vemos, é um mundo em convulsão com o desemprego em níveis nunca dantes tão sentidos, com desempregados que, pelas mais diversas razões, jamais irão reaver os seus empregos a par de outros que nem o primeiro conseguem, além de uma população cada vez mais idosa e dependente.
Por sua vez, o mercado paralelo, vulgo “mercado negro”, cresce e lá vai permitindo a sobrevivência de alguns…
Mas, o que mais me preocupa neste regime em que vivemos, é ver chegado o momento em que a mão de obra, definitivamente, sobeja!
Sempre foi este um dos efeitos das crises que, ao longo do tempo, se foram vivendo. Mas um “sistema” ainda aberto, com espaço imenso para explorar, ia permitindo novas iniciativas agora cada vez mais difíceis à medida que o “sistema” se reduz à dimensão desta “aldeia global” em que vivemos.
Neste clima de crise de que alguns vão conseguindo sair com mais ou menos sucesso, nota-se a recuperação e, até, o crescimento de algumas empresas sem a necessidade de readmitir as centenas ou os milhares de empregados que antes dispensaram.
Não se pode continuar a pensar e a agir do mesmo modo quando as circunstâncias tão radicalmente se alteram. Próximo está o tempo em que os pensionistas serão a enorme maioria que os activos cada vez menos conseguirão suportar.
E a propósito dos serviços gratuitos que o Estado garante, ou pretende garantir, é bom não esquecer o que disse Fidel de Castro em resposta à pergunta se o “regime cubano” seria para exportar: “já nem em Cuba funciona”!
O romantismo acabou. O mundo tem de cair na realidade!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
AS 7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
AS 7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL
E DEPOIS DO CONCURSO!
A Serra da Estrela ficou de fora das 7 maravilhas naturais de Portugal. Parece incrível, mas é verdade. Ali, onde existem recantos de sonho a par de formas e paisagens belas e imponentes, falta a iniciativa de se dar a conhecer.
Na intervenção que, de um modo pessoal, resolvi ter no concurso que os açoreanos dominaram, dirigi-me a milhares de pessoas a quem o que lhes dizia e mostrava enchia de espanto, pois desconheciam que para além das Penhas da Saúde e da Torre pudesse haver na Serra algo mais que valesse a pena.
Da Covilhã ou de Seia, vias com características adequadas conduzem, naturalmente, à Torre. Pouca gente ou ninguém se apercebe de uma estrada estreita e perigosa que conduz a Manteigas, de uma placa discreta que lhes diria, se dela se apercebessem, que fica a 17 quilómetros. De resto, que iriam fazer ali? Nada lhes diz que se poderiam deslumbrar com a paisagem maravilhosa do Vale Glaciar do Zêzere, que poderiam visitar o pedaço de paraíso que é o Covão da Ametade, que se poderiam dessedentar com a água leve e fresquíssima da Fonte Paulo Luís Martins e outras coisas que, sem dúvida, os encantariam.
Os manteiguenses entregaram-se nas mãos do “parque” que fez da sua Terra um enclave fora do mundo, sem nada com que valha a pena perder tempo. Parecem querer continuar a esconder-se atrás das altas montanhas que os circundam para se proteger sabe-se lá de que!
Ainda não entenderam que vale a pena dar para receber.
Aos poucos se foi perdendo tudo sem que alguém pareça capaz de o recuperar.
Perdem-se em “desejos” fantasiosos de túneis, de teleféricos ou em outras quimeras, esquecendo o mais elementar dos princípios: “quem do seu não cuida, o Diabo o leva”.
E DEPOIS DO CONCURSO!
A Serra da Estrela ficou de fora das 7 maravilhas naturais de Portugal. Parece incrível, mas é verdade. Ali, onde existem recantos de sonho a par de formas e paisagens belas e imponentes, falta a iniciativa de se dar a conhecer.
Na intervenção que, de um modo pessoal, resolvi ter no concurso que os açoreanos dominaram, dirigi-me a milhares de pessoas a quem o que lhes dizia e mostrava enchia de espanto, pois desconheciam que para além das Penhas da Saúde e da Torre pudesse haver na Serra algo mais que valesse a pena.
Da Covilhã ou de Seia, vias com características adequadas conduzem, naturalmente, à Torre. Pouca gente ou ninguém se apercebe de uma estrada estreita e perigosa que conduz a Manteigas, de uma placa discreta que lhes diria, se dela se apercebessem, que fica a 17 quilómetros. De resto, que iriam fazer ali? Nada lhes diz que se poderiam deslumbrar com a paisagem maravilhosa do Vale Glaciar do Zêzere, que poderiam visitar o pedaço de paraíso que é o Covão da Ametade, que se poderiam dessedentar com a água leve e fresquíssima da Fonte Paulo Luís Martins e outras coisas que, sem dúvida, os encantariam.
Os manteiguenses entregaram-se nas mãos do “parque” que fez da sua Terra um enclave fora do mundo, sem nada com que valha a pena perder tempo. Parecem querer continuar a esconder-se atrás das altas montanhas que os circundam para se proteger sabe-se lá de que!
Ainda não entenderam que vale a pena dar para receber.
Aos poucos se foi perdendo tudo sem que alguém pareça capaz de o recuperar.
Perdem-se em “desejos” fantasiosos de túneis, de teleféricos ou em outras quimeras, esquecendo o mais elementar dos princípios: “quem do seu não cuida, o Diabo o leva”.
O PROCESSO CASA PIA
O JULGAMENTO DO SÉCULO!
Dizem que a procissão ainda vai no adro, agora que foram lidas as condenações dos vários arguidos, à excepção de uma, em consequência de uma recente alteração na lei!
Foram condenados sem um acórdão que diga porque, em função de que provas dadas como provadas o foram!
Provas legalmente recolhidas e devidamente comprovadas mostrariam que o arguido cometeu, indubitavelmente, o crime de que foi acusado e, por isso, é condenado a determinada pena! Esta parece-me a lógica comum que, nem sempre, como na prática deste tribunal, o é.
Temo que, com tantas confusões que não foram sanadas de acordo com promessas feitas, alegadamente por dificuldades informáticas, possa, mesmo, haver alguns riscos de nulidade.
Entretanto, esforçam-se os “condenados” por mostrar o modo como algumas provas foram, quanto a si, indevidamente obtidas. Esta antecipação pode criar um estado de espírito dominante na percepcção do que para o júri ficou provado e para os condenados não passa de um emorme erro judiciário.
Carlos Cruz, para não falar de outros, mostra no seu site “Provas da Verdade” muito material que aqueles que desejarem formar um juízo devem consultar, porém sem deixarem de ler os fundamentos que o júri tornará públicos e considerou serem prova bastante para o condenar.
Não tenho a mínima dúvida de que mais grave do que matar alguém será condená-lo a viver uma vida de pesada mágoa e revolta, na lembrança de uma juventude perdida e abusada. É um crime muito grave para o qual o perdão e a prescrição jamais deviam ter lugar. É por isso que o julgamento de tais casos deveriam ser particularmente cuidados e envolver todos sobre quem pesassem acusações.
É por isso que, quando se afirma que muitos ficaram sem castigo por força da prescrição, não podemos deixar de sentir uma enorme revolta. Dizem tratar-se de gente em cargos que exigem responsabilidade! Ainda por cima…
Até pode ser assim por força de uma lei que, não há muito tempo ainda, pouca atenção prestava a crimes desta natureza.Mas porque os não há-de condenar a opinião pública ao desprezo que merecem?
A Justiça dos homens não é infalível, pois todos sabemos que sempre houve inocentes condenados e criminosos absolvidos.
E se é verdade que é mais grave a condenação de um inocente do que a absolvição de um criminoso, então há que tudo fazer para que a Justiça evite situações dúbias como estas que, ao longo de muito tempo ainda nos atormentarão.
Condenar os que praticam tais actos é importante e urgente, mas deixar pontas soltas e dúvidas razoáveis não é, certamente, o que se espera de um tribunal.
Dizem que a procissão ainda vai no adro, agora que foram lidas as condenações dos vários arguidos, à excepção de uma, em consequência de uma recente alteração na lei!
Foram condenados sem um acórdão que diga porque, em função de que provas dadas como provadas o foram!
Provas legalmente recolhidas e devidamente comprovadas mostrariam que o arguido cometeu, indubitavelmente, o crime de que foi acusado e, por isso, é condenado a determinada pena! Esta parece-me a lógica comum que, nem sempre, como na prática deste tribunal, o é.
Temo que, com tantas confusões que não foram sanadas de acordo com promessas feitas, alegadamente por dificuldades informáticas, possa, mesmo, haver alguns riscos de nulidade.
Entretanto, esforçam-se os “condenados” por mostrar o modo como algumas provas foram, quanto a si, indevidamente obtidas. Esta antecipação pode criar um estado de espírito dominante na percepcção do que para o júri ficou provado e para os condenados não passa de um emorme erro judiciário.
Carlos Cruz, para não falar de outros, mostra no seu site “Provas da Verdade” muito material que aqueles que desejarem formar um juízo devem consultar, porém sem deixarem de ler os fundamentos que o júri tornará públicos e considerou serem prova bastante para o condenar.
Não tenho a mínima dúvida de que mais grave do que matar alguém será condená-lo a viver uma vida de pesada mágoa e revolta, na lembrança de uma juventude perdida e abusada. É um crime muito grave para o qual o perdão e a prescrição jamais deviam ter lugar. É por isso que o julgamento de tais casos deveriam ser particularmente cuidados e envolver todos sobre quem pesassem acusações.
É por isso que, quando se afirma que muitos ficaram sem castigo por força da prescrição, não podemos deixar de sentir uma enorme revolta. Dizem tratar-se de gente em cargos que exigem responsabilidade! Ainda por cima…
Até pode ser assim por força de uma lei que, não há muito tempo ainda, pouca atenção prestava a crimes desta natureza.Mas porque os não há-de condenar a opinião pública ao desprezo que merecem?
A Justiça dos homens não é infalível, pois todos sabemos que sempre houve inocentes condenados e criminosos absolvidos.
E se é verdade que é mais grave a condenação de um inocente do que a absolvição de um criminoso, então há que tudo fazer para que a Justiça evite situações dúbias como estas que, ao longo de muito tempo ainda nos atormentarão.
Condenar os que praticam tais actos é importante e urgente, mas deixar pontas soltas e dúvidas razoáveis não é, certamente, o que se espera de um tribunal.
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