ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O PROCESSO CASA PIA

O JULGAMENTO DO SÉCULO!
Dizem que a procissão ainda vai no adro, agora que foram lidas as condenações dos vários arguidos, à excepção de uma, em consequência de uma recente alteração na lei!
Foram condenados sem um acórdão que diga porque, em função de que provas dadas como provadas o foram!
Provas legalmente recolhidas e devidamente comprovadas mostrariam que o arguido cometeu, indubitavelmente, o crime de que foi acusado e, por isso, é condenado a determinada pena! Esta parece-me a lógica comum que, nem sempre, como na prática deste tribunal, o é.
Temo que, com tantas confusões que não foram sanadas de acordo com promessas feitas, alegadamente por dificuldades informáticas, possa, mesmo, haver alguns riscos de nulidade.
Entretanto, esforçam-se os “condenados” por mostrar o modo como algumas provas foram, quanto a si, indevidamente obtidas. Esta antecipação pode criar um estado de espírito dominante na percepcção do que para o júri ficou provado e para os condenados não passa de um emorme erro judiciário.
Carlos Cruz, para não falar de outros, mostra no seu site “Provas da Verdade” muito material que aqueles que desejarem formar um juízo devem consultar, porém sem deixarem de ler os fundamentos que o júri tornará públicos e considerou serem prova bastante para o condenar.
Não tenho a mínima dúvida de que mais grave do que matar alguém será condená-lo a viver uma vida de pesada mágoa e revolta, na lembrança de uma juventude perdida e abusada. É um crime muito grave para o qual o perdão e a prescrição jamais deviam ter lugar. É por isso que o julgamento de tais casos deveriam ser particularmente cuidados e envolver todos sobre quem pesassem acusações.
É por isso que, quando se afirma que muitos ficaram sem castigo por força da prescrição, não podemos deixar de sentir uma enorme revolta. Dizem tratar-se de gente em cargos que exigem responsabilidade! Ainda por cima…
Até pode ser assim por força de uma lei que, não há muito tempo ainda, pouca atenção prestava a crimes desta natureza.Mas porque os não há-de condenar a opinião pública ao desprezo que merecem?
A Justiça dos homens não é infalível, pois todos sabemos que sempre houve inocentes condenados e criminosos absolvidos.
E se é verdade que é mais grave a condenação de um inocente do que a absolvição de um criminoso, então há que tudo fazer para que a Justiça evite situações dúbias como estas que, ao longo de muito tempo ainda nos atormentarão.
Condenar os que praticam tais actos é importante e urgente, mas deixar pontas soltas e dúvidas razoáveis não é, certamente, o que se espera de um tribunal.

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