ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

É NO APROVEITAR QUE ESTÁ O GANHO...

Um dito que tantas vezes ouvi à minha avó nos tempos difíceis da minha infância, mas que hoje, tanto ou mais do que então, se justifica.
Li que o Presidente da República havia afirmado que "um país que não consegue explorar(*), sustentavelmente, os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros". E não posso estar mais de acordo porque, afinal, num mundo tão carenciado ninguém tem o direito de ser perdulário ou esbanjador.
A verdade, porém, é que desperdiçamos demasiado e, pior do que isso, adquirimos, sem o sermos, hábitos de ricos que nos levaram a esta situação de penúria em que nos encontramos.
Desde há muito tempo que deixamos certas actividades para os outros, para os imigrantes, talvez convencidos de que somos bons demais para fazer certos trabalhos que consideramos menores. Há muito que abandonamos os campos porque é duro o trabalho de arrancar o sustento da terra. Há muito que…
Vai ser um esforço árduo para arrepiar caminho e voltar aos velhos hábitos de trabalho e de poupança, ao aproveitamento do que temos, incluindo uma vasta parte do território continental e do mar que temos abandonados.
Portugal é um país a precisar de um povo que o saiba engrandecer, que seja capaz de, aproveitando o que o seu país tem para lhe dar, criar boas condições de vida.
Todos nós precisamos de perder o mau hábito de pensar nas “obrigações” que julgamos que todos têm para connosco, de superar com trabalho as ajudas que recebamos e de acabar com as lamúrias ridículas com que, por tudo e por nada, reclamamos apoios para fazer seja o que for!
A grande verdade é que é do fruto do nosso trabalho que teremos de viver e não das ajudas que, por esmola ou solidariedade, nos possam dar.
É fácil compreender porque estamos em crise e porque continuaremos em crise, apesar de o governo se ver forçado, pelas circunstâncias, a perder as atitudes de novo-riquismo que têm caracterizado a sua governação.
(*) prefiro, por mais adequado, o termo aproveitar. Porém, o “sustentavelmente” que se lhe segue, reencaminha para o aproveitamento.

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