ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

APROVAR OU NÃO O ORÇAMENTO?

Não é fácil ordenar as ideias quando se ouvem coisas tão díspares como as que dizem “políticos” e “pensadores” que por aí andam a encher colunas de jornais e telas de televisão.
Até alguns que já não se movem pela ribalta se colocam em bicos de pés para dizer coisas que, por vezes, perecem rematados disparates!
Por sua vez, a Assembleia da República perde a noção do respeito que deve ao povo português, não evitando discursos que agridem a sua inteligência, desperdiçando o tempo que se destinaria a pensar seriamente e a participar na solução dos problemas de Portugal.
Ultrapassando a verborreia dos “partidos de cassete” incapazes de mais do que bem conhecidos juízos de valor repetidos à exaustão, para uns, a reprovação do Orçamento do Estado (OE) que o governo impõe sem discussão, será uma tragédia; quem não o aprovar cometerá, por isso, um crime de lesa-Pátria. Outros, porém, pensam que é chegada a hora de não perder mais tempo para começar a reconstruir o país, redimensionando-o à medida das suas reais capacidades e em função dos seus interesses.
Duas questões aqui se colocam. Será uma tragédia se o OE não for aprovado? E se tal acontecer, quem será o criminoso?
À primeira nunca será possível responder de modo a não merecer contestação, porque não se poderá fazer a prova. Siga-se o caminho que se seguir, não haverá como voltar atrás para testar o outro.
À segunda será a democracia que responde, mostrando se é ou não uma prática democrática não aceitar a crítica e rejeitar a negociação, mesmo quando se finge que se deseja.
Tem um governo minoritário direito a que seja aprovado o seu OE ou será sua obrigação negociá-lo para o tornar consensual?
Em conclusão, quando Portugal mais precisa de toda a sua energia, força e inteligência para corrigir os efeitos de disparates repetidos ao longo de demasiado tempo a seguir um caminho que não é o seu, cada um pensa nos seus interesses, no modo de não perder o poder que domina ou de alcançar o que não tem.
O pior de tudo é que os portugueses parecem ter esquecido o “gesto curto mas eloquente que Bordalo imortalizou no barro” e deixam que brincadeiras perigosas perdurem tempo demais.

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