O passado dia 1 de Outubro foi dedicado ao idoso mas, a menos a habitual falta de consideração e de respeito que os mais novos cada vez mais revelam pelos mais velhos, nada me pareceu fora do habitual nem me dei conta de qualquer reflexão adequada ao evento.
A comunicação social, como de costume, quase reduz a questão da terceira idade à velhice desvalida, com realce para a solidão e para o abandono, e pouco mais. Este é um problema sério para o qual a sociedade terá de encontrar solução rapidamente. Mas o cada vez mais elevado número de idosos a par do decréscimo de nascimentos, o que vai transformando a “pirâmide” etária numa “árvore” com caule cada vez mais alto e mais fino, coloca problemas determinantes para o modo de viver em sociedade.
Em Portugal o número de idosos é já superior ao de crianças, sendo previsível que mais para meio do século a relação seja já de três a quatro para um, com tendência para aumentar rapidamente.
Nos últimos anos a população decresceu fortemente abaixo dos vinte e cinco anos, enquanto cresceu significativamente acima dos sessenta.
Este não é um fenómeno apenas português porque por toda a Europa a situação é semelhante, o que vai transformando o “Velho Continente” num Continente cada vez mais velho.
Governar sem levar em consideração esta “dinâmica etária” corresponderá a não fazer as previsões correctas e, consequentemente, a não preparar o país (e a Europa) para uma situação a que corresponderão problemas bem diferentes dos que agora se colocam, nomeadamente no domínio da solidariedade social.
Sem comentários:
Enviar um comentário