ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

QUEM SE CURA… NÃO SE REGALA, NEM TEM BOM FUTURO QUEM VIVE DE EXPEDIENTE

Muitas vezes ouvi este dito quando era rapazinho com a rebeldia própria da pouca idade e avesso às xaropadas que, quando adoentado, me impingiam.
Penso que ele se pode aplicar, também, à doença grave de que sofre este país que, em vez de mezinhas, necessita de tratamento profundo.
Mezinhas e nada mais é o que me parece que são as medidas avulsas de vez em quando tomadas ainda que, mesmo assim, muito penalizadoras. Não são, de todo, o tratamento de que Portugal carece para, em vez de passar a vida a penar, se cure de vez, dimensionando a sua economia e o seu modo de vida às suas reais capacidades.
Não pode fazer vida de rico quem o não é porque, muito rapidamente, sofrerá as consequências. Um país a correr riscos de bancarrota teve e pretende continuar a ter “luxos” a que países mais ricos se não permitiram nem permitem. Entre outras e sobretudo, a gestão das Obras Públicas tem sido uma verdadeira aberração e a culpada da maioria desses “luxos” dos quais uma minoria é o verdadeiro beneficiário.

Também me lembro quando, acabadinho de chegar a Lisboa há quase sessenta anos, descobri um modo de vida que, por completo, desconhecia: “viver de expediente”, coisa que, lá para as Beiras de onde vim, ninguém então fazia ideia do que fosse!
Pois, bem vistas as coisas, é de expedientes que vivemos neste país que, em vez de se organizar, trabalhar e zelar pelos seus interesses, vai “esfolando” os seus cidadãos para preencher os buracos que o governo, com a mania das grandezas e apesar de avisado, foi cavando ao longo dos últimos anos.
Não é esta, por certo, a altura mais conveniente para tomar a medida certa que seria romper com um modelo de gestão desastroso, porque apenas dentro de quase meio ano poderá haver eleições legislativas. Mas é necessário que tal atitude seja, muito rapidamente, tomada.
Aproveitar as circunstâncias para tentar colocar o ónus do dever patriótico na Oposição que acusa de graves danos por não se ter decidido a aprovar o Orçamento de Estado que o governo ainda não tinha apresentado não é manobra que se desconheça. Mas é preocupante que dela se não aperceba, definitiva e completamente, um país que tem andado adormecido.

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