O Tribunal de Contas é claro: avisou, a tempo, numerosas entidades sobre o estado das contas na Madeira!
Também no caso Casa Pia muitas personalidades terão sido avisadas dos desmandos graves e tenebrosos que por ali havia.
E, indo até mais longe, conhecem-se histórias que fazem crer que os Estados Unidos teriam informações bastantes para poderem prevenir o sanguinário ataque a Pearl Harbour e, diz-se também, que poderiam ter evitado o massacre de 11 de Setembro se não fossem as “caixinhas” dos vários serviços de informação!
Vistas bem as coisas até parece que muitas desgraças por esse mundo fora não foram evitadas sabe Deus por que razões estranhas.
Afinal, é caso para perguntar se as sociedades andam distraídas a entregar o seu “poder” a incapazes que dele não fazem o uso devido e, por isso, não as defendem de males que poderiam ser evitados.
Acabámos por arranjar estratagemas para, pensando que de um modo justo como entendemos que é a democracia, entregarmos o poder a grupos organizados que fazem dele o que muito bem entendem, nunca sendo por isso responsabilizados.
Sou pela organização e não sei, sequer, como se colocaria em prática a democracia directa. Por isso não sou contra os partidos. Apenas entendo que, entre nós, estes foram criando hábitos pouco claros e erráticos consoante as circunstâncias.
Quando, em Portugal, se levantaram vozes clamando pelo julgamento dos governantes responsáveis pelo buraco em que caímos, sobretudo daquele que se dizia sozinho a puxar pelo país, logo apareceram os “gerontes da política” considerando tal proposta uma heresia! Certamente, porque assim se entraria no sagrado castelo do poder que lhes pertence, se modificariam as regras que só eles ditam e se fariam julgamentos que iriam para além dos que se fazem em actos de transmissão simples e total do poder, as eleições.
Vistas bem as coisas, também não sei bem a quem julgar, se Sócrates, além de outros possíveis elementos do seu governo, se todo o partido de que este emanava, se todos os que, apesar de todas as evidências, o apoiavam e desejavam que continuasse a arruinar o país.
Depois de tudo o que, nos últimos tempos, no mundo tem acontecido, não seria altura de rever regras que, tudo leva a crer, se tornaram obsoletas?
A democracia não é perfeita e muito menos se a não formos ajustando aos tempos que correm e a novos problemas que surgem, de modo a torná-la mais eficaz a encontrar soluções mais adequadas e menos exposta às novas artimanhas que se inventam.
Assim como está, a Democracia Representativa mais me parece uma sucessão regulamentada de poderes autocráticos do que um sistema que agrega o desejo e o esforço de todos para o mesmo fim comum: o bem da sociedade que lhe confiou o poder e por cujos destinos ficou responsável.
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