ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 18 de setembro de 2011

UM DOLOROSO ESTERTOR

Nesta fase infeliz da vida do Sporting CP, os “sportinguistas” parecem-me divididos em cinco grupos: os dominadores, os acomodados, os oportunistas, os revoltados e os desiludidos. Poderia acrescentar os que, num faz-de-conta por certo dolorido, tecem loas ao que apenas a imaginação suporta ou procuram na “piada rasca” o conforto que um clube cada vez mais longe dos seus valores não consegue proporcionar-lhes.
O Sporting CP está, hoje, muito longe de ser a grande família que foi até que os interesses financeiros se instalaram quando foi posto em prática o mais danoso projecto para o que foi o maior clube desportivo português e um dos maiores do mundo.
Hoje, o Sporting CP é uma pálida sombra de si mesmo, um enfermo exausto à espera de ser salvo. Talvez inutilmente…
Sem juízos de intenções a que me não permito, parece-me que tudo foi congeminado para despertar cobiças e satisfazer interesses que não são os do Sporting CP e, assim, fazer germinar “sportinguismos” serôdios cuja genuinidade anteriores condutas desmentem.
O Sporting CP deixou de ser dos que o trazem no coração para se tornar presa de dominadores a que uma complexa máquina garante a continuidade, que amorfos acomodados consentem e alguns oportunistas suportam.
Não há “revolta” que valha quando aqueles factores se conjugam para encenar, deixar andar e confundir, enquanto o Clube se afunda em défices insuportáveis e os sócios vão perdendo o domínio do muito que, desde a fundação, foi construído.
Onde estão tantos valores materiais e morais acumulados? Por onde anda a “glória” que tantos esforços, dedicações e devoções permitiram alcançar?
Tecnicamente falido, com o dia a dia suportado por “engenharias financeiras” que não podem deixar de ter um triste fim, o Sporting CP está dramaticamente fora do caminho que para ele traçaram os que com tanto amor o fundaram e fizeram crescer ao longo de muitos anos.
Louvo e desejo a melhor sorte aos que, por certo com enormes sacrifícios e muita dedicação, ainda alimentam a esperança de um Sporting CP com a grandeza de outrora e, por isso, se revoltam e o desejam reconstruir.
Mas, talvez porque a longa vida me permite medir a enorme distância entre o sofrimento de agora e a glória que lhe conheci e ele me permitiu viver, só posso ter lugar no grupo dos desiludidos.

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