Digam o que disserem tanto os que perderam as cadeiras do poder como os que nunca nelas se sentaram e seja qual for a retórica populista dos que clamam contra o “assalto” aos privilégios destes ou daqueles, parece que a maioria dos portugueses se terá já apercebido de que demasiados erros de governação tornaram inevitável a austeridade que, agora, lhes é imposta.
Muita gente entendeu já, e isso dói-lhe na carne, que viveu acima das suas possibilidades e, por isso, terá de voltar ao nível de vida que lhe é próprio, mas não antes de um período de sofrimento para regularizar a sua vida.
Apesar disso nem varia o que sempre foi o discurso dos que se dizem de extrema esquerda nem o do PCP. Por isso, a falta de novidade que faz o seu discurso monótono, impede-os de serem parte significativa no diálogo que entre todos deveria estabelecer-se para garantir as condições que evitem que caiamos na desgraça grega! Continuam a dizer que não é assim que se faz sem dizerem como se deveria fazer para, apesar da nossa situação financeira, aumentarmos os salários e o a produção. Mistério!
Por sua vez, o Partido Socialista, o réu mais óbvio no julgamento que os portugueses fazem ao conceder-lhe cada vez menos intenções de voto, insurge-se contra a “maré” que ele próprio desencadeou, arma-se em paladino dos pobres coitados que sofrem as agruras que a sua incompetência gerou. Transfigurado pelo impenetrável semblante do seu líder e na vacuidade de ideias que disfarça num discurso paupérrimo e em ataques ofensivos à inteligência de quem os culpou, quer dar-se ares de quem, como ninguém, pode salvar Portugal, criticando a austeridade que o governo impõe porque a sua incompetência a isso obrigouobrigou. Faltará aqui a verdade e a humildade que quem se dispõe a servir o país deve ter.
Vi há pouco um carro com bandeiras vermelhas a convidar para uma grande manifestação CONTRA! Contra isto, contra aquilo, contra tudo e todos, dentro do mais negativo espírito sindicalista que não é o sindicalismo inteligente que defende os trabalhadores. Este já outros sindicalistas mais eficazes mostraram como se faz e como se transforma uma empresa prestes a lançar no desemprego centenas de trabalhadores numa empresa próspera em plena crise, exportando 98% da sua produção!
São difíceis os tempos que vivemos, duros os sacrifícios que temos de fazer por que simplesmente nos esquecemos do velho e cruel ditado: “quem come fiado, “faz” novelos”. Assim já é difícil. Querem "novelos" maiores?
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