Há um princípio na vida que nunca vi desmentido: não se pode ter tudo, nem para além do que se pode ter! Todos os que o não respeitaram acabaram por sofrer os efeitos do erro cometido que será o que centenas de milhares de famílias portuguesas cometeram, instigadas por instituições que lhes fizeram crer que tudo estaria ao seu alcance através do crédito que lhes concediam.
Não preciso aqui dizer como este equívoco está causando dores a tanta gente, para além das que terão de sofrer também porque o país cometeu o mesmo erro!
Descobrimos, depois, que as facilidades de crédito nos levaram a gastar mais do que podíamos pagar e, como consequência, a falência foi inevitável, tal como ficámos a saber, também, que para a ultrapassar, temos de pedir dinheiro que aos falidos se não empresta com tanta facilidade e custa bem mais caro.
O remédio é o óbvio: baixar o nível de vida que nos levou à falência para tentar regularizar a situação.
Não é fácil de aceitar esta situação, tal como não é fácil ao governo dizer claramente que terá de ser assim. Diz que sim, que não, que talvez, fazendo crer que, apesar de tudo, tudo será melhor.
Foi o que notei na entrevista de hoje do dr Paulo Macedo, ministro da saúde, que não conseguiu dizer claramente que o Serviço Nacional de Saúde baixará, inevitavelmente, a quantidade dos serviços que tem vindo a prestar, ainda que tente manter a qualidade, porque não tem dinheiro para mais.
Não adianta que a Constituição diga que todos temos direito à saúde se não temos como o garantir, como diz que temos outros direitos não garantidos também.
Não será o agravamento das taxas moderadoras que resolverá a questão, ainda que seja inevitável.
Enfim, passaremos a ter o Serviço de Saúde que podemos ter se quisermos ter algum!
Temos auto estradas a mais e comodidades a menos, porque não se pode ter tudo.
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