ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 31 de dezembro de 2016

O NOVO HUMOR, A LINGUAGEM DO FUTURO?



Dos muitos milhares de anedotas que me contaram ao longo da minha vida, foram poucas as que, com gosto, me fizeram rir.
São aquelas das quais, por vezes, me vou lembrando e me fazem rir de novo. De quantas, mesmo assim, me terei já esquecido porque ninguém as conta já.
Hoje o humor faz-se de outro modo e o que me fazia rir passou de moda.
Não é para admirar que seja assim porque o humor que é bom é raro.
O novo humor tomou conta do mundo e é frequente, encontrar na rádio ou na televisão, programas “humoristas”, alguns bem longos, nos quais é da ordinarice que, os que talvez sejam pagos para estar ali, se riem.
O palavrão tornou-se na piada. De tal modo que será difícil não encontrar três ou quatro palavrões em cada frase que ali se diga.
E não sendo os palavrões assim tão numerosos, as piadas, além de ordinárias, são de uma monotonia atroz.
Estes programas, cada vez mais numerosos, são a “escola” mais eficaz da sociedade e, talvez por isso, é cada vez mais raro ouvir falar bom português e há, já hoje, uma linguagem que, por ora ainda quase que confinada a certos guetos, bem poderá vir a ser a linguagem do futuro.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

COMO NUMA FEIRA DE GADO



Santos Silva comparou a Concertação Social a uma feira de gado. Uma bronca política que noutras circunstâncias faria cair o Carmo e a Trindade!
Mas a “geringonça” tem mais esta virtude, a de branquear broncas ou, talvez melhor dizendo, a de fazer a demonstração cabal de que, em democracia, até a bronca é livre sem que tenha de ser levada a mal!
O que é mais um avanço na prática democrática que se lhe ficará a dever.
De resto, não passa desapercebida a ninguém a sacanice da política. Santos Silva diz aquilo num grupo restrito, talvez de amigos daqueles em quem se julga poder confiar. Mas, mesmo assim, alguém deu com a língua nos dentes, porventura crendo poder daí tirar algum proveito.
Em política nada se faz por fazer, se diz por dizer ou pensa por pensar.
E, mesmo pedindo desculpas, toda a gente ficou a saber o que pensa Santos Silva da Concertação Social. É aquilo e mais nada, por mais explicações que tente dar!
Mesmo assim, tudo acabou por não passar de um nada sem importância que quase pedia desculpas pelas desculpas que Santos Silva apresentou!
Melhor assim. Cada um diz o que pensa e pronto. Seja o que for.
Aos ofendidos só faltou oferecer a outra face.
Assim, vale a pena! Vivemos num mundo de paz e de compreensão, pelo menos até alguém apresentar uma “factura”…


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

LEI OU UM PRINCÍPIO DE EDUCAÇÃO QUE SE PERDEU?



Ontem, dia 27 de Dezembro de 2016, entrou em vigor o Decreto-Lei nº 58/2016, de 29 de Agosto, publicado no Diário da República nº 165/2016, Série I de 2016, que “institui a obrigatoriedade de prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, para todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público”.
No texto do Decreto-Lei pode ler-se que “o presente decreto-lei visa assegurar a obrigatoriedade de prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas, ou pessoas acompanhadas de crianças de colo, para todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público…”
Esta observação coloca, claramente, a responsabilidade do atendimento prioritário na entidade prestadora de serviços, não precisando o beneficiário de reclamar o direito que la Lei lhe confere.
Diz uma notícia que a DECO recebeu duas queixas no primeiro dia da entrada em vigor da lei, mas parece-me que irá receber muitas mais, das quais nada resultará com certeza, pois o direito que esta lei concede não é mais do que a atitude natural que numa sociedade civilizada aconteceria naturalmente.
Não me parece que este Decreto-Lei sirva para mais do que criar atritos numa sociedade que esqueceu os valores da solidariedade e de respeito mútuo e se vai transformando numa selva de oportunistas desumanos e mal educados.
Ontem mesmo poderia ter reclamado, numa fila de atendimento na CGD, onde uma senhora com 75 anos tinha à sua frente quatro pessoas com idades muito inferiores a 65 anos e 1 polícia!
Chamei a atenção para o facto em voz alta. Foi como bradar no deserto.
Esta lei servirá para que?
A nossa sociedade é isto e acabou-se!
O mais curioso é que o Decreto-Lei define como «Pessoa idosa», a que tenha idade igual ou superior a 65 anos e apresente evidente alteração ou limitação das funções físicas ou mentais.
Eu pergunto, como se tornam evidentes as limitações das funções físicas que, em idades avançadas são, na maioria das vezes, dores diversas que a estadia numa fila agudiza e torna difíceis de suportar?
Quem terá sido o "jovem" que redigiu este prodígio de estupidez que junta à condição de idoso uma outra que, só por si, seria razão de prioridade?
Um dia saberá o que é ser idoso... se lá chegar!

 

domingo, 25 de dezembro de 2016

EM VEZ DO TRADICIONAL VOTO DE “FELIZ ANO NOVO”, PARA 2017 EU PEÇO UM MILAGRE!




(Actualmente, os níveis de concentração de CO2 na atmosfera excedem muito todos os verificados nos últimos 400.000 anos e mantém a sua tendência de subida)

Não me parecem, o mundo e os políticos, muito preocupados com uma realidade que já não deixa dúvidas a ninguém, nem mesmo aos que, desmentindo-a ou menosprezandoa-a, apenas defendem os benefícios imediatos que, embora já de resto, a situação criada lhes proporciona.
Cientificamente, não restam dúvidas de que, no aquecimento global que se verifica, não são apenas causas naturais que interferem, mas que a actividade humana o influencia através do efeito que a acumulação de certos tipos de gases na atmosfera provoca, captando mais da energia térmica irradiada pelo Sol, desfazendo o equilíbrio ambiental que permitiu a existência da Espécie Humana.
É certo que foi o efeito de estufa que permitiu o aparecimento de vida na Terra, pela concentração de calor que provocou e a transformou de um planeta branco, gelado, no “planeta azul” que hoje é. E continuará a ser o que evitará uma nova era glaciar global que destruiria a vida.
A Terra é um planeta dinâmico e houve, ao longo do tempo, variações climáticas sensíveis, provocadas por fenómenos naturais que originaram variações da concentração de gases de estufa na atmosfera que, contudo, nunca foram tão rápidas nem tão intensas com as que agora se verificam.
Neste momento, observa-se já o dobro de qualquer dos máximos ao longo de quase meio milhão de anos, numa variação muito mais rápida do que a que aconteceu em qualquer desses outros casos, parecendo-me demasiadamente benevolentes os prazos que os pesquisadores do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas crêem ter de ser respeitados para evitar uma catástrofe que pode abater-se sobre a Espécie Humana que poderá não ser capaz de se adaptar às mudanças ambientais, além de outras que a Natureza imporá, o que poderá corresponder ao fim de mais uma de tantas espécies que, a cada dia, desaparecem.
Afirmam, no seu relatório de 2014, que, para evitar as consequências catastróficas para a preservação dos sistemas vitais do planeta, com efeitos graves sobre a Humanidade, as emissões de gases devem parar de crescer até 2019, serem reduzidas em 70% até 2050 e eliminadas até ao final do século.
Estamos já a entrar em 2017, as emissões continuam a crescer e a variabilidade das condições climáticas é cada vez mais evidente, com fenómenos extremos cada vez mais frequentes.
Depois de mais um acordo, o de paris, que, finalmente, parecia estar o mundo decidido a um esforço que o poderia salvar, ouvir do futuro presidente dos Estados Unidos da América desprezar tais avisos e negar as evidências, propondo-se reforçar o crescimento económico de que resultam os efeitos que é urgente travar, só posso ficar ainda mais preocupado e descrente da qualidade de quem por aqui continuará depois de mim.
E já nem falo da corridas às armas nucleares que Trump defende como forma de o mundo criar bom senso!!!
É por isso que o meu voto para 2017 só pode ser um milagre que faça os políticos entender que são os responsáveis pelo futuro da espécie a que pertencem e estão a colocar em elevado risco, em vez de se julgarem os donos do mundo.
O pior é que não acredito que tal milagre aconteça.

sábado, 24 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL

A todos os que me acompanham nas reflexões que faço sobre coisas que vão acontecendo, eu desejo, do fundo do coração, um Natal muito Feliz.
Peço a Deus que o mundo reencontre o seu caminho e que a Humanidade se afaste dos camínhos ínvios que a estão a levar para o desastre que os nossos filhos não merecm sofrer em consequência dos nossos erros.
Um abraço muito apertado para todos!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A CAMINHO DO “O PLANETA DOS MACACOS”?



Depois de ler o que Putin disse sobre o potencial militar da Rússia, das mais de centena e mais de novas armas desenvolvidas e utilizadas, com muito sucesso, na guerra da Síria e, sobretudo, do potencial nuclear que, afirma, faz a Rússia “… agora mais forte do qualquer potencial agressor”, não me ficaram dúvidas de que voltaram em grande as saudades da ex- União Soviética que o líder russo se propõe refazer, senão mesmo ampliar.
Putin afirma possuir um arsenal nuclear capaz de resistir a qualquer sistema de defesa antimíssil.
Desta vez não se trata de um confronto de ideologias mas de afirmação pura de poder e de defesa de interesses económicos, no qual a Rússia procura tirar vantagens do momento de fraqueza dos Estados Unidos da América, bem aparente nos disparates constantes de Donald Trump que já deu mostras de querer governar com mentalidade de pato bravo!
A resposta de Trump a estas declarações oportunistas de Putin, foi a que poderia esperar-se, na qual destaco esta preciosidade em que a firma que os Estados Unidos devem “fortalecer e expandir fortemente o seu arsenal nuclear até que o mundo ganhe bom senso”.
E pergunto-me que bom senso resultará de uma ideia onde ele não existe.
É evidente que se prepara um confronto que pode ser trágico sobretudo para a Europa que poderá ver-se sozinha e enfraquecida perante os sérios problemas geo-políticos cada vez mais iminentes.
É assim que, a par de tantas dificuldades já sentidas nos mais variados domínios num mundo cada vez mais mergulhado na confusão de uma crise existencial que ainda não compreendeu, a perspectiva de uma tragédia nuclear toma forma e ensombra, ainda mais, um futuro que centenas de outras razões já comprometem.