Acabo
de ler uma notícia que, embora me parecendo ser daquelas para encher espaço e
pouco ou nada mais, me despertou muita curiosidade.
Diz
a notícia que, depois de Ronaldo ter recebido a Bola de Ouro atribuída pela
FIFA, a mulher de Messi, desta vez o segundo, lhe terá deixado uma mensagem nas
redes sociais: “Um dia serás apenas uma
memória para as outras pessoas. Faz o teu melhor para seres uma das boas
[memórias]”.
Pode
muito bem ser uma mensagem para Ronaldo ou talvez não, pois não o esclarece.
Pode
ser, apenas, um pensamento que as circunstâncias lhe inspiraram, ou as
cinco “bolas” ganhas pelo marido no passado lhe sugeriram, pois, de facto,
pouco haverá de mais fugaz do que estes momentos de glória e de eudeusamento por razões fúteis,
pois delas nada ficará para o bem da Humanidade ou que resolva, sequer, o
menor dos problemas que enfrenta e se vão tornando cada vez maiores.
Ao
contrário daqueles tantos que a maioria do mundo esqueceu ou nem sequer alguma vez
soube da sua existência, estes ídolos não irão muito além de momentos que para
o Tempo serão muito breves e para a Humanidade inúteis pelo seu legado vazio,
sobre o qual ninguém construirá seja o que for, para além das paixões fúteis e
exarcebadas que desperta nos que neles vêem qualidades que, de todo, não
possuem. Por isso fazem deles os seus ídolos.
A
mensagem da Senhora Messi, que a notícia considera um remoque a Ronaldo pela
vitória que “roubou” ao marido, tem, mesmo que a intenção não passasse disso, a
sabedoria profunda que distingue o valor das coisas e, por isso, sabe que
aquela “bola” e o nome que tem gravado não resistirão muito ao tempo que, ao
contrário, conserva coisas que não foram festejadas, que então quase
passaram despercebidas e que, aos que as fizeram, valeram muitos sacrifícios e
uma vida dura e sem os salários escandalosos que as futilidades proporcionam,
para além do esquecimento a que a maioria os vota, não fazendo ideia de quem
sejam ou do que tenham feito.
Nomes
como Bell, Edisson, Volta, Da Vinci, Galillei, Newtou, Einstein, Gago Coutinho
e tantos outros, são os que História preserva, assim como o que fizeram é o que
o tempo guarda e melhora para nos proporcionar muito do conforto de que podemos
dispor.
Como
comparar os legados de Eusébio de Gago Coutinho, por exemplo?
A
inutilidade sabe que Eusébio repousa, com todas as honras, no Panteão Nacional.
A ignorância nem sabe, sequer, que Gago Coutinho não teve mais do que uma campa
rasa no Cemitério da Ajuda!
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