Mark
Miodownik, professor da University College London e um dos especialistas
escolhidos para criar, em cada ano, uma lista que integra tanto feitos
impressionantes como para lamentar, considera que ocorreu em Portugal um dos momentos
científicos mais importantes do ano, porque, ao longo de quatro dias
consecutivos, o país foi exclusivamente abastecido por energia renovável,
eólica e hídrica.
Na
lista publicada pelo jornal britânico The Guardian, este foi considerado a
terceiro “momento chave” de 2016 na área da Ciência.
De
facto, entre 4 e 7 de Maio, Portugal esteve 107 horas a usar, exclusivamente,
energia eólica e proveniente de aproveitamentos hídricos.
Em
face da poluição ambiental provocada pela utilização de energias fósseis na
produção de electricidade, sobretudo petróleo e carvão, o avanço na produção de
energias limpas tem de ser considerado, de facto, um feito científico notável,
por mais que haja “ambientalistas” que ainda não tenham percebido que isto tem
de ter contrapartidas, aliás como acontece em todas as decisões que se tomam na
vida.
Perante
os problemas gravíssimos que a poluição tem causado, entre os quais as
alterações climáticas que a acumulação de gases de efeito de estufa na
atmosfera tem intensificado, justifica que Mark Miodownik tenha afirmado que “substituirmos os combustíveis fósseis por
energias renováveis é, certamente, o desafio mais importante da engenharia e da
ciência no nosso tempo”.
Todos
sabemos como o confronto entre as energias fósseis e as renováveis mexe com
interesses estabelecidos difíceis de contornar nesta batalha dura de proteger o
Ambiente.
Mas
não são mais fáceis os que, em nome de um conservadorismo de minúcia que o
desenvolvimento não consente, sistematicamente se opõem ao que se queira fazer,
porque teria de se deslocar uma pegada de dinossauro, a linha de um combóio já
sem préstimo, de gravuras de valor duvidoso ou, quem sabe, até, de uma caca de um
tipo de mosca rara do Jurássico!
É
evidente que a preservação do passado é importante.
A
questão está na avaliação criteriosa que deve ser feita, em cada caso, entre o valor da
conservação intocada e as vantagens futuras das alterações que o progresso e a
segurança exijam.
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