Apesar
das boas novas que tanto o Primeiro-Ministro como o Presidente da República se
não cansam de apregoar quase ao ritmo de uma ou mais por semana, eu continuo a
não entender muito bem os números que me apresentam.
Há
trapalhadas demais que mascaram uma realidade que, forçosamente, não pode ser a
que certos números indiciam. E sinto o perigo da negação da realidade que, tudo
mo faz crer, é bem diferente daquela que se pretende que seja.
Infelizmente,
a Oposição à Geringonça é muito fraca, se é que chega a sê-lo. Não tem ideias
que valham a pena e, pior do que tudo o mais, não consegue por a nu, de modo
compreensível, as batotas que se fazem para nos convencer de que estamos melhor
quando, na melhor das hipóteses, estamos na mesma.
Para
ser uma boa Oposição não basta estar à espera das desgraças para, depois, dizer
que tinha razão.
As
desgraças acontecerão mas por outras razões que não aquelas que apregoam.
Acontecerão porque tudo tem limites e a economia que vivemos não os tem em
conta. Por isso morrerá no dia em que os atingir, apesar das habilidades de que
se serve para os afastar, esquecendo que, fatalmente, chegará o dia em que não
poderá pagar os custos do modo como o faz, entre os quais a toxicidade e a
degradação ambiental são factores predominantes.
Este
é um problema global que a política de Trump virá ainda agudizar se a noção de “a
América voltar a ser grande” for a de tentar fazer crescer a sua economia
aumentando o consumo do que a ganância já exauriu e o aumento da poluição que o
já maior poluidor do mundo passará a produzir ainda mais!
Esta
atitude terá consequências em todo o mundo, onde uma espécie de “salve-se quem
puder” começa a ficar bem claro nos ideais xenófobos que parecem ganhar força
demais e no "direito ao crescimento" que o egoísmo trumpesco decerto fortalecerá.
Jamais
me pareceu, ao longo da minha já longa vida, que tanta confusão no mundo
houvesse, cujas consequências sabe lá Deus quais serão.
Internamente,
o que seria a base da recuperação da economia, o aumento do consumo interno por
via da recuperação de salários, não aconteceu porque o consumo terá, mesmo,
baixado.
Aumentaram
as exportações que, desde há uns anos, se tornaram no pilar da nossa economia,
mas que dependem mais do mundo exterior do que de nós. O que lhes acontecerá no
futuro incerto que se aproxima?
Infelizmente,
exportamos mas não conseguimos produzir o que temos necessidade para nos
manter.
Quase
sem nos apercebemos disso, vamo-nos habituando à tal austeridade que recusamos,
evitando o desnecessário, não gastando mais do que aquilo que podemos.
Assim,
apenas um programa assente no acréscimo da produção interna para satisfação das
necessidades do país, poderá proteger-nos dos tempos difíceis que se,
rapidamente, aproximam.
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