ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 25 de dezembro de 2016

EM VEZ DO TRADICIONAL VOTO DE “FELIZ ANO NOVO”, PARA 2017 EU PEÇO UM MILAGRE!




(Actualmente, os níveis de concentração de CO2 na atmosfera excedem muito todos os verificados nos últimos 400.000 anos e mantém a sua tendência de subida)

Não me parecem, o mundo e os políticos, muito preocupados com uma realidade que já não deixa dúvidas a ninguém, nem mesmo aos que, desmentindo-a ou menosprezandoa-a, apenas defendem os benefícios imediatos que, embora já de resto, a situação criada lhes proporciona.
Cientificamente, não restam dúvidas de que, no aquecimento global que se verifica, não são apenas causas naturais que interferem, mas que a actividade humana o influencia através do efeito que a acumulação de certos tipos de gases na atmosfera provoca, captando mais da energia térmica irradiada pelo Sol, desfazendo o equilíbrio ambiental que permitiu a existência da Espécie Humana.
É certo que foi o efeito de estufa que permitiu o aparecimento de vida na Terra, pela concentração de calor que provocou e a transformou de um planeta branco, gelado, no “planeta azul” que hoje é. E continuará a ser o que evitará uma nova era glaciar global que destruiria a vida.
A Terra é um planeta dinâmico e houve, ao longo do tempo, variações climáticas sensíveis, provocadas por fenómenos naturais que originaram variações da concentração de gases de estufa na atmosfera que, contudo, nunca foram tão rápidas nem tão intensas com as que agora se verificam.
Neste momento, observa-se já o dobro de qualquer dos máximos ao longo de quase meio milhão de anos, numa variação muito mais rápida do que a que aconteceu em qualquer desses outros casos, parecendo-me demasiadamente benevolentes os prazos que os pesquisadores do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas crêem ter de ser respeitados para evitar uma catástrofe que pode abater-se sobre a Espécie Humana que poderá não ser capaz de se adaptar às mudanças ambientais, além de outras que a Natureza imporá, o que poderá corresponder ao fim de mais uma de tantas espécies que, a cada dia, desaparecem.
Afirmam, no seu relatório de 2014, que, para evitar as consequências catastróficas para a preservação dos sistemas vitais do planeta, com efeitos graves sobre a Humanidade, as emissões de gases devem parar de crescer até 2019, serem reduzidas em 70% até 2050 e eliminadas até ao final do século.
Estamos já a entrar em 2017, as emissões continuam a crescer e a variabilidade das condições climáticas é cada vez mais evidente, com fenómenos extremos cada vez mais frequentes.
Depois de mais um acordo, o de paris, que, finalmente, parecia estar o mundo decidido a um esforço que o poderia salvar, ouvir do futuro presidente dos Estados Unidos da América desprezar tais avisos e negar as evidências, propondo-se reforçar o crescimento económico de que resultam os efeitos que é urgente travar, só posso ficar ainda mais preocupado e descrente da qualidade de quem por aqui continuará depois de mim.
E já nem falo da corridas às armas nucleares que Trump defende como forma de o mundo criar bom senso!!!
É por isso que o meu voto para 2017 só pode ser um milagre que faça os políticos entender que são os responsáveis pelo futuro da espécie a que pertencem e estão a colocar em elevado risco, em vez de se julgarem os donos do mundo.
O pior é que não acredito que tal milagre aconteça.

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