(Actualmente, os níveis de concentração de CO2 na atmosfera excedem muito todos os verificados nos últimos 400.000 anos e mantém a sua tendência de subida)
Não
me parecem, o mundo e os políticos, muito preocupados com uma realidade que já
não deixa dúvidas a ninguém, nem mesmo aos que, desmentindo-a ou
menosprezandoa-a, apenas defendem os benefícios imediatos que, embora já de
resto, a situação criada lhes proporciona.
Cientificamente,
não restam dúvidas de que, no aquecimento global que se verifica, não são
apenas causas naturais que interferem, mas que a actividade humana o influencia
através do efeito que a acumulação de certos tipos de gases na atmosfera
provoca, captando mais da energia térmica irradiada pelo Sol, desfazendo o
equilíbrio ambiental que permitiu a existência da Espécie Humana.
É
certo que foi o efeito de estufa que permitiu o aparecimento de vida na Terra,
pela concentração de calor que provocou e a transformou de um planeta branco,
gelado, no “planeta azul” que hoje é. E continuará a ser o que evitará uma nova
era glaciar global que destruiria a vida.
A
Terra é um planeta dinâmico e houve, ao longo do tempo, variações climáticas
sensíveis, provocadas por fenómenos naturais que originaram variações da concentração
de gases de estufa na atmosfera que, contudo, nunca foram tão rápidas nem tão
intensas com as que agora se verificam.
Neste
momento, observa-se já o dobro de qualquer dos máximos ao longo de quase meio
milhão de anos, numa variação muito mais rápida do que a que aconteceu em
qualquer desses outros casos, parecendo-me demasiadamente benevolentes os
prazos que os pesquisadores do Painel Intergovernamental para as Mudanças
Climáticas crêem ter de ser respeitados para evitar uma catástrofe que pode
abater-se sobre a Espécie Humana que poderá não ser capaz de se adaptar às
mudanças ambientais, além de outras que a Natureza imporá, o que poderá
corresponder ao fim de mais uma de tantas espécies que, a cada dia,
desaparecem.
Afirmam,
no seu relatório de 2014, que, para evitar as consequências catastróficas para
a preservação dos sistemas vitais do planeta, com efeitos graves sobre a
Humanidade, as emissões de gases devem parar de crescer até 2019, serem
reduzidas em 70% até 2050 e eliminadas até ao final do século.
Estamos
já a entrar em 2017, as emissões continuam a crescer e a variabilidade das
condições climáticas é cada vez mais evidente, com fenómenos extremos cada vez
mais frequentes.
Depois
de mais um acordo, o de paris, que, finalmente, parecia estar o mundo decidido
a um esforço que o poderia salvar, ouvir do futuro presidente dos Estados
Unidos da América desprezar tais avisos e negar as evidências, propondo-se
reforçar o crescimento económico de que resultam os efeitos que é urgente travar,
só posso ficar ainda mais preocupado e descrente da qualidade de quem por aqui
continuará depois de mim.
E
já nem falo da corridas às armas nucleares que Trump defende como forma de o
mundo criar bom senso!!!
É
por isso que o meu voto para 2017 só pode ser um milagre que faça os políticos
entender que são os responsáveis pelo futuro da espécie a que pertencem e estão
a colocar em elevado risco, em vez de se julgarem os donos do mundo.
O
pior é que não acredito que tal milagre aconteça.
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