Dos
muitos milhares de anedotas que me contaram ao longo da minha vida, foram
poucas as que, com gosto, me fizeram rir.
São
aquelas das quais, por vezes, me vou lembrando e me fazem rir de novo. De
quantas, mesmo assim, me terei já esquecido porque ninguém as conta já.
Hoje
o humor faz-se de outro modo e o que me fazia rir passou de moda.
Não
é para admirar que seja assim porque o humor que é bom é raro.
O
novo humor tomou conta do mundo e é frequente, encontrar na rádio ou na
televisão, programas “humoristas”, alguns bem longos, nos quais é da ordinarice
que, os que talvez sejam pagos para estar ali, se riem.
O
palavrão tornou-se na piada. De tal modo que será difícil não encontrar três ou
quatro palavrões em cada frase que ali se diga.
E
não sendo os palavrões assim tão numerosos, as piadas, além de ordinárias, são
de uma monotonia atroz.
Estes
programas, cada vez mais numerosos, são a “escola” mais eficaz da sociedade e,
talvez por isso, é cada vez mais raro ouvir falar bom português e há, já hoje,
uma linguagem que, por ora ainda quase que confinada a certos guetos, bem
poderá vir a ser a linguagem do futuro.
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