Uma
notícia que acabo de ler informa que um estudo, entre tantos que por aí se
fazem, diz que o azeite poderá ser a causa da extinção do lince ibérico, em
consequência do aumento da sua procura em Portugal e em Espanha. Diz a notícia
que a construção de barragens para irrigar os terrenos seriam a causa próxima
de tal “desastre”.
Apenas
esta afirmação poderia dar aso a uma extensa reflexão sobre as causas que, há
muitas dezenas de anos já, põe o lince ibérico em constante perigo de extinção.
Mas passemos adiante…
Fala,
depois, de outros casos que põem, também, em risco de extinção diversas outras espécies,
afirmando estar em causa a biodiversidade, todas eles relacionados com o consumismo que a "economia" impõe, o que me parece não ser já novidade
para qualquer de nós, colocando, mesmo, a hipótese de que uma nova “extinção em
massa” de vida na Terra estaria em curso, como já acontecera por mais cinco vezes
desde há cerca de 450 milhões de anos, a última das quais incluiu a
extinção dos dinossauros, há cerca de 60 milhões de anos.
A
Terra é um Planeta vivo, em mutações constantes que o Homem bem conhece, tal
como conhece as suas consequências.
E
foram alterações naturais, incluindo impactes de corpos exteriores que fazem
parte do universo em que a Terra se integra, a causa de tais extinções que
terão destruído mais de 85% da vida na Terra, porque alteraram profundamente as
condições ambientais necessárias para existirem.
Esqueceu
o estudo um pormenor importante que é a extinção da própria Humanidade, quer em
consequência das alterações que, naturalmente, acontecem, quer porque a
actividade do Homem as acelera e, como parece ser desejo de Trump, o “pato
bravo” desconhecido que se tornou presidente dos estados Unidos, vão acelerar
ainda mais para, como ele diz, fazer a América regressar à sua grandeza.
Eu
duvido que a situação do lince ibérico seja pior do que a da Humanidade que
causou tantas alterações no ambiente de que necessita que, muito em breve, poderão ser de tal modo que não serão mais as indispensáveis para viver.
Não
vale a pena repetir aqui o que já por outras vezes escrevi e não é mais do que
o eco de milhares de avisos da Ciência sobre os riscos a que certas atitudes e
procedimentos nos expõem.
A
verdade, por mais que a queiramos esquecer é que não se medirá já por milhões
de anos, talvez até apenas por umas breves dezenas, o tempo que pode
separar-nos do início da próxima extinção em massa, se é que não começou já, para a qual os danos intensos
e constantes que a biodiversidade sofre nos chama a atenção.
É
uma vida em decadência, caminhando para um destino trágico, o nosso maior
legado para os nossos descendentes que continuarão a Humanidade enquanto puder
existir.
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