ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

DO LINCE IBÉRICO À EXTINÇÃO EM MASSA



Uma notícia que acabo de ler informa que um estudo, entre tantos que por aí se fazem, diz que o azeite poderá ser a causa da extinção do lince ibérico, em consequência do aumento da sua procura em Portugal e em Espanha. Diz a notícia que a construção de barragens para irrigar os terrenos seriam a causa próxima de tal “desastre”.
Apenas esta afirmação poderia dar aso a uma extensa reflexão sobre as causas que, há muitas dezenas de anos já, põe o lince ibérico em constante perigo de extinção. Mas passemos adiante…
Fala, depois, de outros casos que põem, também, em risco de extinção diversas outras espécies, afirmando estar em causa a biodiversidade, todas eles relacionados com o consumismo que a "economia" impõe, o que me parece não ser já novidade para qualquer de nós, colocando, mesmo, a hipótese de que uma nova “extinção em massa” de vida na Terra estaria em curso, como já acontecera por mais cinco vezes desde há cerca de 450 milhões de anos, a última das quais incluiu a extinção dos dinossauros, há cerca de 60 milhões de anos.
A Terra é um Planeta vivo, em mutações constantes que o Homem bem conhece, tal como conhece as suas consequências.
E foram alterações naturais, incluindo impactes de corpos exteriores que fazem parte do universo em que a Terra se integra, a causa de tais extinções que terão destruído mais de 85% da vida na Terra, porque alteraram profundamente as condições ambientais necessárias para existirem.
Esqueceu o estudo um pormenor importante que é a extinção da própria Humanidade, quer em consequência das alterações que, naturalmente, acontecem, quer porque a actividade do Homem as acelera e, como parece ser desejo de Trump, o “pato bravo” desconhecido que se tornou presidente dos estados Unidos, vão acelerar ainda mais para, como ele diz, fazer a América regressar à sua grandeza.
Eu duvido que a situação do lince ibérico seja pior do que a da Humanidade que causou tantas alterações no ambiente de que necessita que, muito em breve, poderão ser de tal modo que não serão mais as indispensáveis para viver.
Não vale a pena repetir aqui o que já por outras vezes escrevi e não é mais do que o eco de milhares de avisos da Ciência sobre os riscos a que certas atitudes e procedimentos nos expõem.
A verdade, por mais que a queiramos esquecer é que não se medirá já por milhões de anos, talvez até apenas por umas breves dezenas, o tempo que pode separar-nos do início da próxima extinção em massa, se é que não começou já, para a qual os danos intensos e constantes que a biodiversidade sofre nos chama a atenção.
É uma vida em decadência, caminhando para um destino trágico, o nosso maior legado para os nossos descendentes que continuarão a Humanidade enquanto puder existir.


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