ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 21 de janeiro de 2017

JUSTIÇA E PRISÕES



Muitas vezes tenho pensado se a Justiça, depois de tanto tempo, não é capaz de encontrar punições que não sejam tirar a liberdade, ou seja, enfiar numa cadeia aqueles que condena.
E como todos sabemos ou fazemos ideia do que seja o ambiente de uma cadeia que talvez possa equiparar-se a um escola de crime em vez de uma instituição de recuperação e de reinserção social como deveria ser, julguei sensata a proposta da ministra da Justiça para tirar das cadeias os que ali se encontram condenados por infracções menores, ou “bagatelares” como lhes chamou.
Não os tirará de lá apenas porque há, decerto, “contas” para ajustar, o que pode ser feito de outro modo que não o de os juntar com criminosos maiores cujos vícios podem aprender.
Para mim não faz sentido o que acontece, com cadeias degradadas, sem condições mínimas de dignidade, sem espaço adequado, sem programas de recuperação dos que cometem acções que a sociedade condena para que as não repitam.
Essas cadeias de recuperação não existem. Pelo contrário, existem depósitos de condenados onde os “gangs” proliferam e refinam os procedimentos criminosos que continuam a praticar em rixas internas ou através de contactos no exterior, onde os negócios de droga e outros se tornam mais florescentes a cada dia que passa.
A Justiça tem, por vezes, noções de “proporcionalidade” e de “respeito pelos direitos fundamentais” que muitas vezes não entendo.
Há conceitos básicos obsoletos. Tudo fica igual como se o tempo não passasse e, como todos podemos verificar, as coisas não melhoram.
Será que queremos chegar a situações como as que se verificam em outros países onde acontecem coisas como no Brasil, onde revoltas constantes de prisioneiros fazem dezenas de mortos, decapitados e com membros arrancados?
Se nada fizermos um dia lá chegaremos e não será um sistema prisional assim que livrará a sociedade dos criminosos que a Justiça por si condena.

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