ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

SERÁ POSSÍVEL ACABAR COM A POBREZA?



Segundo o INE, “Os números da pobreza impressionam. Em Portugal, 2,6 milhões de pessoas estão em risco de pobreza ou exclusão social.”
Segundo o Expresso, numa peça em que pergunta se alguma vez deixaremos de ser pobres, “mais de 20% não tem dinheiro para aquecer a casa em condições. Mais de 40% não podem pagar uma despesa imediata sem recorrer ao crédito. Mais de metade dos portugueses não tem dinheiro para uma semana de férias”.
Depois é feita a pergunta: “Como se inverte isto? Com políticas e apoios sociais? Com sistemas fiscais mais controlados para evitar a fuga de capitais? Com crescimento económico?”
Em primeiro lugar, a questão da pobreza não se deve colocar assim, nem procurar, em soluções avulsas, a resolução para este problema que, nem sequer, se pode definir apenas em termos quantitativos.
Nem a pobreza é um problema que se reduza aos limites do nosso pequeno país, onde, como diz o INE, cerca de 25% da população corre o risco de pobreza.
Como serão as contas feitas para o mundo inteiro, onde há regiões em que os que vivem com menos de um dólar por dia ultrapassa os 75% da população total?
Não se trata de risco de pobreza como o que o INE contabiliza para Portugal, mas de miséria absoluta.
É assim em regiões extensas como a América do Sul, a África a sul do Sahara, o sul da Ásia e várias outras no mundo, onde os pobres de Portugal seriam quase ricos.
Haverá alguém que pense que o problema se resolve com medidas como aquelas acima referidas quando são, para além dos que morrem, centenas de milhões os que procuram sobreviver com “nada”?
A pobreza é um fenómeno global com o número dos que a sofrem a aumentar constantemente e só globalmente poderá ser minorada.
O problemas das migrações dos que procuram fugir da pobreza extrema em que vivem, está a tornar-se cada vez mais grave e não resulta, apenas, das guerras do Oriente Médio.
Todos já nos demos conta da gravidade de tal problema e de como a sua solução é difícil e geradora de problemas diversos, de chauvinismo e, até, de desumanidade.
Das hipóteses sugeridas para eliminar ou reduzir a pobreza, os apoios sociais não passam de soluções temporárias, a fuga de capitais é um problema de muito difícil solução e o crescimento económico é a causa de muitos problemas que nos vão fazer ainda mais pobres.
À pergunta se estamos condenados a ser pobres eu respondo que não, desde que sejamos capazes de viver em paz com a Natureza e a usufruir, com sobriedade, da riqueza que nos concede, num ambiente de solidariedade humana. 

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