Segundo o INE, “Os números da pobreza impressionam. Em Portugal, 2,6 milhões de pessoas
estão em risco de pobreza ou exclusão social.”
Segundo o Expresso, numa peça em que pergunta se alguma vez deixaremos de ser pobres,
“mais de 20% não tem dinheiro para
aquecer a casa em condições. Mais de 40% não podem pagar uma despesa imediata
sem recorrer ao crédito. Mais de metade dos portugueses não tem dinheiro para
uma semana de férias”.
Depois é feita a pergunta: “Como se inverte isto? Com políticas e apoios sociais? Com sistemas
fiscais mais controlados para evitar a fuga de capitais? Com crescimento
económico?”
Em primeiro lugar, a questão da pobreza não se deve
colocar assim, nem procurar, em soluções avulsas, a resolução para este problema
que, nem sequer, se pode definir apenas em termos quantitativos.
Nem a pobreza é um problema que se reduza aos
limites do nosso pequeno país, onde, como diz o INE, cerca de 25% da população
corre o risco de pobreza.
Como serão as contas feitas para o mundo inteiro,
onde há regiões em que os que vivem com menos de um dólar por dia ultrapassa os
75% da população total?
Não se trata de risco de pobreza como o que o INE
contabiliza para Portugal, mas de miséria absoluta.
É assim em regiões extensas como a América do Sul, a
África a sul do Sahara, o sul da Ásia e várias outras no mundo, onde os pobres
de Portugal seriam quase ricos.
Haverá alguém que pense que o problema se resolve
com medidas como aquelas acima referidas quando são, para além dos que morrem,
centenas de milhões os que procuram sobreviver com “nada”?
A pobreza é um fenómeno global com o número dos que
a sofrem a aumentar constantemente e só globalmente poderá ser minorada.
O problemas das migrações dos que procuram fugir da
pobreza extrema em que vivem, está a tornar-se cada vez mais grave e não resulta,
apenas, das guerras do Oriente Médio.
Todos já nos demos conta da gravidade de tal problema
e de como a sua solução é difícil e geradora de problemas diversos, de chauvinismo e, até, de desumanidade.
Das
hipóteses sugeridas para eliminar ou reduzir a pobreza, os apoios sociais não
passam de soluções temporárias, a fuga de capitais é um problema de muito
difícil solução e o crescimento económico é a causa de muitos problemas que nos
vão fazer ainda mais pobres.
À
pergunta se estamos condenados a ser pobres eu respondo que não, desde que
sejamos capazes de viver em paz com a Natureza e a usufruir, com sobriedade, da
riqueza que nos concede, num ambiente de solidariedade humana.
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