Uma
dos indicadores de progresso é a longevidade que aumentou quase
uma dezena de anos em pouco tempo, nos países mais evoluídos, pensando-se que
chegar aos 100 anos de vida pode tornar-se corrente.
Mas
talvez não.
Todas
as artimanhas de que nos temos servido para isso e para outras coisas que nos
vão livrando de alguns problemas de outrora como, por exemplo, das pragas que destruíam
culturas importantes na alimentação de uma população crescente e das doenças para as quais não tínhamos cura, começam a
mostrar o seu lado negativo, a mostrar os danos que nos podem causar.
Para
enfrentar os problemas de alimentação que a super população do mundo cada vez
mais coloca, a transgenia, processo de alteração do material genético de uma espécie pela introdução
de uma ou mais sequências de genes provenientes de outra espécie, para conferir-lhe
novas características, como a resistência a herbicidas ou a produção de toxinas
contra pragas das culturas a agrícolas, permite aumentar a produção.
Mas
os danos à biodiversidades são já bem evidentes, como o são os da contaminação que resulta da
utilização excessiva dos herbicidas a que as espécies transgénicas são
resistentes e a nocividade para a saúde continua uma questão em aberto de que os “investigadores”
continuam a não ter ou a não querer ter muitas certezas, mas que
experimentações em cobaias provam claramente.
Também,
quando nasci, as doenças infecciosas eram causa de morte certa, pois não dispúnhamos
de medicamentos que as combatessem. As bactérias patogénicas acabavam por
derrotar o nosso esforçado sistema imunológico e raramente alguém sobrevivia ao
seu ataque. Fui dos poucos que sobreviveram a uma pneumonia nessa altura!
A
descoberta da penicilina, pelo Dr Fleming, do primeiro antibiótico natural,
disponível como medicamento desde 1941, foi o início da era dos antibióticos
que, críamos, iria derrotar as doenças infecciosas, Daí o seu uso maciço e até
exagerado, receitado ou por auto-medicação, até ao dia em que se reparou que as
bactérias se conseguem adaptar de modo a resistir-lhes, o que tornou o uso dos
antibióticos mais comedido. Tarde demais.
Apesar
da multiplicidade de antibióticos especializados que a Ciência foi
desenvolvendo, chegou a hora em que o alarme nos dá conta de que as bactérias
estão a ficar, de novo, em vantagem, superando os meios de que dispomos para as derrotar.
As
chamadas superbactérias, especialmente desenvolvidas em ambientes hospitalares,
são já um drama que assusta a Humanidade.
São
resistentes aos mais de 200 antibióticos utilizados e começam a crescer cada
vez mais rapidamente, como é notícia de hoje de um hospital americano.
A
tuberculose, uma doença mortífera, das mais temidas até meados do século
passado e que, com ajuda dos antibióticos chegou a ficar quase eliminada,
reaparece agora resistente aos medicamentos, sendo que dois em cada sete novos
casos de tuberculose no planeta são provocados por micróbios ultra-resistentes,
originado a morte.
Um
dos enormes problemas que a Humanidade enfrenta, a par de muitos outros dos
quais aqui já tenho falado e a colocam em sério risco.
“Os
germes resistentes se espalham por toda a Terra, em menor ou maior prazo”,
adverte o infectologista Antonio Carlos Campos Pignatari, professor da Escola
Paulista de Medicina, que passou dois anos na Universidade de Iowa, Estados
Unidos, que desenvolve investigação sobre bactérias resistentes, afirmando que “a
situação é muito séria.”
Estas
e muitas outras razões que resultam dos “avanços da civilização”, estão a criar
uma situação difícil de superar que põe em causa a Humanidade.
A “Economia”
vai encobrindo muita coisa que, a cair no conhecimento generalizado, a
destruiria. Mas, mais cedo do que tarde, o desastre pode acontecer, daí que "extinção em massa" seja um termo que, definitivamente, entrou no léxico corrente dos investigadores.
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