ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VAI-TE GANHO QUE ME DÁS PERDA!



Uma dos indicadores de progresso é a longevidade que aumentou quase uma dezena de anos em pouco tempo, nos países mais evoluídos, pensando-se que chegar aos 100 anos de vida pode tornar-se corrente.
Mas talvez não.
Todas as artimanhas de que nos temos servido para isso e para outras coisas que nos vão livrando de alguns problemas de outrora como, por exemplo, das pragas que destruíam culturas importantes na alimentação de uma população crescente e das doenças para as quais não tínhamos cura, começam a mostrar o seu lado negativo, a mostrar os danos que nos podem causar.
Para enfrentar os problemas de alimentação que a super população do mundo cada vez mais coloca, a transgenia, processo de alteração do material genético de uma espécie pela introdução de uma ou mais sequências de genes provenientes de outra espécie, para conferir-lhe novas características, como a resistência a herbicidas ou a produção de toxinas contra pragas das culturas a agrícolas, permite aumentar a produção.
Mas os danos à biodiversidades são já bem evidentes, como o são os da contaminação que resulta da utilização excessiva dos herbicidas a que as espécies transgénicas são resistentes e a nocividade para a saúde continua uma questão em aberto de que os “investigadores” continuam a não ter ou a não querer ter muitas certezas, mas que experimentações em cobaias provam claramente.
Também, quando nasci, as doenças infecciosas eram causa de morte certa, pois não dispúnhamos de medicamentos que as combatessem. As bactérias patogénicas acabavam por derrotar o nosso esforçado sistema imunológico e raramente alguém sobrevivia ao seu ataque. Fui dos poucos que sobreviveram a uma pneumonia nessa altura!
A descoberta da penicilina, pelo Dr Fleming, do primeiro antibiótico natural, disponível como medicamento desde 1941, foi o início da era dos antibióticos que, críamos, iria derrotar as doenças infecciosas, Daí o seu uso maciço e até exagerado, receitado ou por auto-medicação, até ao dia em que se reparou que as bactérias se conseguem adaptar de modo a resistir-lhes, o que tornou o uso dos antibióticos mais comedido. Tarde demais.
Apesar da multiplicidade de antibióticos especializados que a Ciência foi desenvolvendo, chegou a hora em que o alarme nos dá conta de que as bactérias estão a ficar, de novo, em vantagem, superando os meios de que dispomos para as derrotar.
As chamadas superbactérias, especialmente desenvolvidas em ambientes hospitalares, são já um drama que assusta a Humanidade.
São resistentes aos mais de 200 antibióticos utilizados e começam a crescer cada vez mais rapidamente, como é notícia de hoje de um hospital americano.
A tuberculose, uma doença mortífera, das mais temidas até meados do século passado e que, com ajuda dos antibióticos chegou a ficar quase eliminada, reaparece agora resistente aos medicamentos, sendo que dois em cada sete novos casos de tuberculose no planeta são provocados por micróbios ultra-resistentes, originado a morte.
Um dos enormes problemas que a Humanidade enfrenta, a par de muitos outros dos quais aqui já tenho falado e a colocam em sério risco.
“Os germes resistentes se espalham por toda a Terra, em menor ou maior prazo”, adverte o infectologista Antonio Carlos Campos Pignatari, professor da Escola Paulista de Medicina, que passou dois anos na Universidade de Iowa, Estados Unidos, que desenvolve investigação sobre bactérias resistentes, afirmando que “a situação é muito séria.”
Estas e muitas outras razões que resultam dos “avanços da civilização”, estão a criar uma situação difícil de superar que põe em causa a Humanidade.
A “Economia” vai encobrindo muita coisa que, a cair no conhecimento generalizado, a destruiria. Mas, mais cedo do que tarde, o desastre pode acontecer, daí que "extinção em massa" seja um termo que, definitivamente, entrou no léxico corrente dos investigadores.



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