Não
me parece que 2017 seja um ano muito calmo na política portuguesa.
São
de duas ordens os motivos que causam esta preocupação, a instabilidade de que a
Geringonça começa a dar sinais e as exigências externas para que o governo tome
novas medidas para garantir o sucesso de um Orçamento de Estado que a muita
gente parece cheio de alçapões.
De
facto, as medidas mais imediatas e mais simples foram tomadas neste primeiro
ano de governação, no qual seria natural os partidos mais à esquerda darem uma
certa margem de manobra num período de adaptação para medidas mais extremas onde
as divergências vão ser profundas.
É
um estado de coisas que aquelas frases de circunstância como “a Direita tem de
compreender que esta Câmara deixou de ser uma caixa de ressonância do governo”,
não disfarçam.
As
divergências vão ser cada vez maiores, à medida que PCP e BE exigirem as
medidas que os seus princípios ideológicos impõem e o PSD já mostrou que não
está disposto a substituir os aliados de ocasião do PS, como aconteceu com a
descida da TSU.
Deste
modo a margem de manobra do PS fica muito reduzida para os acordos que um
governo minoritário não pode deixar de fazer.
Por
outro lado, ficou evidente que o limite do défice foi atingido porque medidas
excepcionais o permitiram, o que significa que as finanças nacionais ainda não
estão equilibradas e que, em próximos Orçamentos poderão ser necessários artifícios que
garantam que as metas definidas sejam atingidas.
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