ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ E SEUS RISCOS



 Já com cerca de 40 anos, pois o primeiro reactor começou a trabalhar em 1981, o que, para centrais nucleares significa um estado de obsolescência adiantada nas tecnologias actuais, a central de Almaraz, a umas poucas dezenas de quilómetros da fronteira portuguesa é, sem qualquer dúvida, um perigo a ter em conta. Mas um perigo real que não há cuidados que, de todo, possam evitar.
Não se trata de um perigo menor pois as funestas consequências do acidente nuclear em Chernobil, em Abril de 1986, são ainda graves, assim como o acidente da central de Fukushima, no Japão em Março de 2011, está, ainda, a ter consequências de enorme dimensão, porventura ainda nem totalmente conhecidas, em espécie e em extensão.
Em diversas outras ocasiões grandes acidentes estiveram próximos ou aconteceram e foram, felizmente, controlados, como aconteceu, por exemplo, em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979.
A Central Nuclear de Almaraz é, das existentes em Espanha, uma das oito em funcionamento, havendo outras em desmantelamento e projectos em fase de evolução ou parados.
Quando os projectos de produção de energia limpa estão na ordem do dia, não faz sentido correr riscos desnecessários com centrais de tecnologia obsoleta e, muito menos, que eles sejam acrescentados com a construção de um depósito de resíduos nucleares.
Almaraz situa-se junto ao Rio Tejo cujas águas aproveita para o arrefecimento dos núcleos radioactivos e que, em caso de acidente, colocará em risco todo o Centro de Portugal. Daí que Portugal tenha o direito de exigir cuidados que o evitem, o que não acontece mantendo a funcionar uma central com tecnologia insegura.
Em consequência de uma reunião infrutífera entre Portugal e Espanha que ontem teve lugar a propósito de Almaraz, a questão vai ser remetida para a União Europeia, o que, creio eu, não dará qualquer resultado pois das muitas centrais existentes na Europa, a maioria não será tecnologicamente mais evoluída , o que faria da razão de Portugal um antecedente indesejável. Logo…


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