Já
com cerca de 40 anos, pois o primeiro reactor começou a trabalhar em 1981, o
que, para centrais nucleares significa um estado de obsolescência adiantada nas
tecnologias actuais, a central de Almaraz, a umas poucas dezenas de quilómetros
da fronteira portuguesa é, sem qualquer dúvida, um perigo a ter em conta. Mas um perigo real que não há cuidados que, de todo, possam evitar.
Não
se trata de um perigo menor pois as funestas consequências do acidente nuclear
em Chernobil, em Abril de 1986, são ainda graves, assim como o acidente da
central de Fukushima, no Japão em Março de 2011, está, ainda, a ter
consequências de enorme dimensão, porventura ainda nem totalmente conhecidas,
em espécie e em extensão.
Em
diversas outras ocasiões grandes acidentes estiveram próximos ou aconteceram e
foram, felizmente, controlados, como aconteceu, por exemplo, em Three Mile
Island, nos Estados Unidos, em 1979.
A
Central Nuclear de Almaraz é, das existentes em Espanha, uma das oito em
funcionamento, havendo outras em desmantelamento e projectos em fase de
evolução ou parados.
Quando
os projectos de produção de energia limpa estão na ordem do dia, não faz
sentido correr riscos desnecessários com centrais de tecnologia obsoleta e,
muito menos, que eles sejam acrescentados com a construção de um depósito de
resíduos nucleares.
Almaraz
situa-se junto ao Rio Tejo cujas águas aproveita para o arrefecimento dos
núcleos radioactivos e que, em caso de acidente, colocará em risco todo o Centro de
Portugal. Daí que Portugal tenha o direito de exigir cuidados que o evitem, o
que não acontece mantendo a funcionar uma central com tecnologia insegura.
Em
consequência de uma reunião infrutífera entre Portugal e Espanha que ontem teve
lugar a propósito de Almaraz, a questão vai ser remetida para a União Europeia, o que, creio eu, não
dará qualquer resultado pois das muitas centrais existentes na Europa, a maioria
não será tecnologicamente mais evoluída , o que faria da razão de
Portugal um antecedente indesejável. Logo…
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