Há
coisas que, perecendo boas, não serão tão boas assim.
O
Primeiro Ministro anunciou o grande sucesso que foi a redução do défice que
diversos estratagemas ajudaram a ficar na ordem de 2,3% do PIB, ainda que com “receitas”
oportunistas que não fazem parte das práticas normais da economia.
A
mim preocupa-me mais a dívida enorme que temos e continua crescente e que o
défice não consegue reduzir.
Mais
ainda, a balança comercial que mais se desnivela para o lado do défice, o que
significa a insuficiência da nossa produção, as insuficiências do
aproveitamento dos nossos recursos e a nossa tendência para o despesismo.
Se
o défice fosse assim tão importante e decisivo na situação económica de um
país, que haveremos de dizer daqueles países economicamente mais fortes do que
Portugal e que tão frequentemente excedem o máximo fixado pela UE.
Por
sua vez, o ministro da Saúde afirmou
hoje que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) acabou 2016 com "o melhor saldo
orçamental de sempre", cujo valor será publicano pela Direção-Geral do
Orçamento na próxima semana.
Não será uma assim tão boa notícia quando as
insuficiências que se verificam no SNS são objecto de críticas constantes,
sejam de pessoal ou de outros meios técnicos cuja falta ou deficiente qualidade
não permite dispensar os melhores cuidados.
É natural que, deste modo, o défice orçamental seja
pequeno, para além de outras razões porque o investimento público em 2016 foi o
mais baixo desde 1974, menos de 2% do PIB.
E quando vejo a presidente do FMI felicitar António
Costa pelos resultados económicos alcançados, teria preferido que a razão de
ser das felicitações fossem os resultados sociais.
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