ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

UMA UNIÃO OU UMA TORRE DE BABEL?



Apesar das intenções com que foi criada, com o objetivo de pôr termo às frequentes guerras sangrentas entre países vizinhos, que culminaram na sangrenta Segunda Guerra Mundial, o projecto da que terá sido a última geração de grandes políticos europeus, Adenauer, Churchil, de Gasperi, Schuman e outros, começou por abranger seis países, os fundadores, que foram a Alemanha, a Bélgica, a França, a Itália, o Luxemburgo e os Países Baixos.
De diversas origens, os pais da Europa partilhavam do ideal comum que era a criação de uma Europa Pacífica, próspera e unida.
Com base em países tão diferentes e de interesses tão variados que foram a causa de tantas desavenças ao longo de séculos, não seria de esperar uma tarefa fácil e, sobretudo, muito rápida, pois a união, a defesa de interesses comuns exigiria, antes de mais, que estes fossem bem definidos e aceites como seus por todos os participantes.
Era indispensável substituir uma Europa retalhada por longas querelas antigas por uma Europa com um ideal comum, com dimensão e peso com que pudesse enfrentar os colossos entretanto formados e em vias de formação. Era indispensável definir esse ideal comum!
Era, pois, necessário encontrar um denominador comum forte que, para além de se tornar na base das razões da união interna, tivesse em conta a globalidade que a envolvia, perante a qual se deveria comportar como um todo forte e determinado.
Porém, vicissitudes diversas apressaram o projecto como a “guerra fria”, a “queda do muro de Berlim”, o desmembramento da União Soviética e outras.
E lá diz o velho ditado que as cadelas apressadas parem os cachorros cegos...
A União Europeia tornou-se apetecida por muitos que nela viam o único refúgio contra o isolamento em que cairiam, sobretudo os países do Leste Europeu recentemente libertos da União Soviética cuja reconstituição a Rússia procuraria, mais cedo ou mais tarde, como é mais do que óbvio ser esse o seu actual desígnio.
O crescimento demasiadamente rápido e descontrolado da UE, descuidou a consolidação do que ia sendo feito, pelo que a UE em pouco mais se tornou do que numa manta de retalhos sem um projecto comum, sem políticas bem definidas, sem uma voz própria e, por isso, uma bagunça da qual cada um procura tirar o máximo de benefícios.
A UE não possui um política comum para enfrentar os grandes problemas do mundo e, nem sequer, tem força que lhe permita dominar os acontecimentos actuais, porventura mais graves do que as guerras internas que procurou evitar.
É evidente que os problemas do mundo se complicam em vez de se resolverem e nem imagino como se complicarão ainda mais se o presidente eleito pelos americanos puser em prática as idiotices que tem feito saber que seriam a sua prática e que não são mais do que fazer tábua rasa do passado e criar um novo mundo à medida de um “pato bravo” bem sucedido e habituado a que todos cumpram as suas ordens.
Penso que a Europa está a ser apanhada por um furacão medonho que não terá forças para enfrentar.
É mais do que evidente o desejo de Trump dividir a Europa para, depois, dispor dela como mais lhe convier.
E os países europeus que, como sempre, continuam a defender os seus interesses próprios e não os da Europa a que dizem pertencer mas que nem saberão quais sejam, serão presas fáceis do novo senhor da Casa Branca que os arrastará para as “guerras” que anda a comprar por todo o mundo.

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