ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O SALÁRIO MÍNIMO E LAVOISIER



Mas afinal o que decidiram na concertação social? Tirar de um bolso para meter no outro?
Nem mais nem menos, é isso mesmo que acontece seja qual for a contrapartida que o governo oferece aos empresários para que subam o salário mínimo.
No final, seja a contrapartida qual for, descida da TSU ou a redução do PEC, poderemos dizer, como Lavoisier no seu inspirado princípio que “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”!
Tudo quanto se faça deste modo não passará de um faz de conta porque as empresas não criam, com a sua organização e com a sua productividade, os meios financeiros capazes de pagar salários decentes.
E continuamos neste domínio, como em tantas outros, como a pescadinha de rabo na boca. A productividade é baixa porque é mal recompensada e a recompensa não pode ser melhorada porque a productividade é baixa.
Tenho a experiência pessoal de que os nossos trabalhadores são tão capazes como os melhores.
Numa estadia na Holanda, onde me fui especializar em “docas secas”, visitei os estaleiros da NDSM e da Wilton Feyenord onde trabalhadores portugueses se treinavam para, depois, equipar a Lisnave onde acabou por ser construída a maior doca seca comercial do mundo.
Numa das visitas, não recordo qual, o meu cicerone afirmou-me que se encontravam ali, a ser treinados, 400 portugueses que, assim mo afirmou, eram excelentes trabalhadores e, por isso, alguns acabariam por ficar por lá.
Afinal o que se passa? Será dos ares ou da falta de capacidade dos nossos políticos e empresários que preferem os “joguinhos” ao trabalho duro?
O que, depois, aconteceu à Lisnave é outra conversa…

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