Mas
afinal o que decidiram na concertação social? Tirar de um bolso para meter no
outro?
Nem
mais nem menos, é isso mesmo que acontece seja qual for a contrapartida que o
governo oferece aos empresários para que subam o salário mínimo.
No
final, seja a contrapartida qual for, descida da TSU ou a redução do PEC, poderemos
dizer, como Lavoisier no seu inspirado princípio que “nada se perde, nada se
cria, tudo se transforma”!
Tudo
quanto se faça deste modo não passará de um faz de conta porque as empresas
não criam, com a sua organização e com a sua productividade, os meios
financeiros capazes de pagar salários decentes.
E
continuamos neste domínio, como em tantas outros, como a pescadinha de
rabo na boca. A productividade é baixa porque é mal recompensada e a recompensa
não pode ser melhorada porque a productividade é baixa.
Tenho
a experiência pessoal de que os nossos trabalhadores são tão capazes como os
melhores.
Numa
estadia na Holanda, onde me fui especializar em “docas secas”, visitei os
estaleiros da NDSM e da Wilton Feyenord onde trabalhadores portugueses se
treinavam para, depois, equipar a Lisnave onde acabou por ser construída a maior
doca seca comercial do mundo.
Numa
das visitas, não recordo qual, o meu cicerone afirmou-me que se encontravam ali,
a ser treinados, 400 portugueses que, assim mo afirmou, eram excelentes
trabalhadores e, por isso, alguns acabariam por ficar por lá.
Afinal
o que se passa? Será dos ares ou da falta de capacidade dos nossos políticos e
empresários que preferem os “joguinhos” ao trabalho duro?
O
que, depois, aconteceu à Lisnave é outra conversa…
Sem comentários:
Enviar um comentário