Termina o mês com um dia de reflexão porque
amanhã é dia de eleições.
Mas este dia não passará de ser um
tradicional e calmo sábado para descontrair das chatices da semana, das
preocupações que, aos mais atentos, a situação do seu mundo causa.
Não creio, sequer, que haja muito para
reflectir pois cada vez menos as eleições autárquicas têm personalidade
própria, sem candidatos que reflictam as características definidas pelas
instituições locais em função das suas reais necessidades, para serem, cada vez mais,
o balão de ensaio das eleições legislativas que virão mais tarde.
São excepção os poucos que, sem
subserviências partidárias, se interessam mesmo pelos problemas dos seus
concelhos que, sobretudo no Interior, querem fazer sair do marasmo em que caíram
e da desertificação cada vez mais intensa em que se encontram.
Mas, como é costume, há fidelidades que se
sobrepõem à razão, cegueiras que não deixam ver a realidade, rivalidades
pessoais mais fortes do que o sentido de entreajuda e de cooperação necessário
para promover o progresso que, dia após dia, mais necessário se torna perante
os problemas graves que o mundo enfrenta.
Disse Cristo que pelo “fruto se conhece a
árvore”, o que, nas circunstâncias, quererá dizer que é a obra feita que atesta
a competência de quem governa.
Infelizmente na terra onde nasci, em
Manteigas, um Concelho do Interior desertificado, o mais importante continua
por fazer, com os seus principais e preciosos recursos ainda quase
desaproveitados, com erros graves praticados cuja correcção rápida se impõe.
Por isso desejo a todos um dia de reflexão
iluminado pela razão que destrua os preconceitos que a toldam, para que Manteigas
inverta, de vez, o caminho da desertificação que vem percorrendo e, a bem curto
prazo, pode comprometer o seu futuro como Terra e como Concelho, com todos os inconvenientes que tal trará aos residentes de uma terra cada vez mais distante dos centros de decisão.
O futuro começa amanhã e será o que a maioria
escolher. Que seja uma maioria consciente, são os meus votos, para que seja o Concelho que se recusou a morrer.
À minha Terra e a todos os manteiguenses, assim como a todos os concelhos de Portugal,
desejo o futuro feliz que, pelas escolhas que fizerem, começará a manhã.