ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 24 de setembro de 2017

TANTO TEMPO DEPOIS… AFINAL O QUE ACONTECEU EM TANCOS?



Um acontecimento de tamanha relevância como é o roubo de explosivos e equipamento militar de um paiol da Forças Armadas não poderá, de modo algum, ficar no esquecimento, a menos que aceitemos a hipótese do Ministro da Defesa  que, não sabendo se houve furto nos paióis de Tancos, resume o seu conhecimento a saber que há um furo na cerca e que foi declarado o desaparecimento de material militar, pelo que poderá nem ter havido furto algum porque “não existe prova visual, nem testemunhal, nem confissão”!
Poderemos, então, ficar tranquilos e o melhor será esquecermos o incidente que poderá nem ter existido, como poderemos ficar descansados porque, como afirmou também, o estado das principais instalações militares é "razoável" e não existem "situações de fragilidade semelhantes" às de Tancos. Mas admite que, em alguns casos foi necessário reforçar a defesa!
Não é tão tranquilizante saber disto?
A verdade, porém, é que dos paióis de Tancos desapareceram, entre outras coisas mais talvez, granadas de mão ofensivas, munições de calibre nove milímetros, granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo e diversos explosivos.
Tendo em conta o que se passa no mundo, por exemplo com o Daesh a querer dominar a Europa, para o que precisa, para os atentados bárbaros que faz, de material como o desaparecido, são mais do que estranhas as declarações do Ministro para quem, tratando-se da segurança do país, se satisfaz com o “estado razoável” das instalações militares em Portugal e com a actuação das chefias militares!!!
Não é tão reconfortante saber disto?
Mas ficamos sem saber com que cuidados se guardam e defendem estas coisas e, menos ainda, como é feito o seu controlo. Mas sabemos que o material desapareceu. Evaporou-se talvez.
E que estranheza poderemos nós sentir porque o Primeiro Ministro repreende os deputados do seu partido pela sua insistência em exigir mais informações do Ministro da Defesa e tenha garantido, este sábado à noite, que o relatório citado pela notícia que fez manchete do Expresso "não é de nenhum organismo oficial" nem foi produzido por "serviços do Estado".
Como é bom saber que o Estado está tranquilo e, por isso, nem investigação foi necessária para esclarecer seja o que for porque, se o fosse, haveria um relatório. Certamente!
Pelos vistos, de um acontecimento tão grave como o desaparecimento de material de guerra que, um dia, pode vir a ser utlizado num atentado contra alguns de nós, não existe relatório algum e o melhor será esquece-lo, voltarmo-nos para o outro lado e dormir descansados porque o “grande chefe” vela por nós!
É frequente utilizar a expressão “andam a gozar com a tropa”, dito que, nesta altura, parece ter-se invertido porque “esta tropa” anda a gozar connosco.
Afinal, o que sucedeu e de quem é a culpa?
Ninguém sabe e todos vão passando as culpas para o lado. Por exemplo, a associação de Oficiais das Forças Armadas responsabiliza o desinvestimento na defesa pelo roubo do material militar.
E até podem ter razão, ainda que tarde e a más horas.



Sem comentários:

Enviar um comentário