ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

MODAS DE LINGUAGEM JORNALÍSTICA



Em vez de simples e normal que um português bem falado pode tornar muito agradável, a linguagem na comunicação social, desde há tempos que passou a ser mal cuidada e de modas.
Agora está na berra o “arrasar” e não serei exagerado se disser que numa olhada atenta sobre o que se escreve em cada dia, o “arrasar”, um verbo que dá para quase tudo o que é extremado, aparece dezenas de vezes.
Em títulos bombásticos está sempre presente. Este é arrasado por aquele que outro arrasou também…
Perdeu-se a serenidade de que a razão precisa para se manifestar e construir, substituída por radicalismos obtusos e destrutivos que parecem ser moda por todo o lado no mundo.
O tempo tornou-se escasso e é preciso correr para não ser ultrapassado no que se faz, no que se diz, no que se escreve, porque o “bolo” é cada vez menor para tantos que o querem comer.
Em vez da independência que deveria ser ponto de honra do jornalista, é preciso escolher o lado em que se está das muitas barricadas que as lutas de interesses vão levantando. 
E se o vento muda, há mudar depressa também.
E assim se sucedem as informações que desinformam, se arrasa a língua a que Pessoa chamou a sua pátria, se defende ou ataca quase tudo e o seu contrário também.
A comunicação social tornou-se como as comadres que se encontram para a conversa do costume. Têm de falar e se não há de que, arrasa-se. O que? Interessará isso para alguma coisa?
Mas já houve outras modas como a do recorrente, dos targets, das vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas e outras que foram passando. Por isso não passam de modas.
Por que não volta aquele jornalismo comedido, sensato e bem informado que, por sê-lo, nos informava e nos dava gosto ler?

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