Em vez de simples e normal que um português
bem falado pode tornar muito agradável, a linguagem na comunicação social,
desde há tempos que passou a ser mal cuidada e de modas.
Agora está na berra o “arrasar” e não serei
exagerado se disser que numa olhada atenta sobre o que se escreve em cada dia,
o “arrasar”, um verbo que dá para quase tudo o que é extremado, aparece dezenas
de vezes.
Em títulos bombásticos está sempre presente. Este
é arrasado por aquele que outro arrasou também…
Perdeu-se a serenidade de que a razão precisa
para se manifestar e construir, substituída por radicalismos obtusos e
destrutivos que parecem ser moda por todo o lado no mundo.
O tempo tornou-se escasso e é preciso correr
para não ser ultrapassado no que se faz, no que se diz, no que se escreve,
porque o “bolo” é cada vez menor para tantos que o querem comer.
Em vez da independência que deveria ser ponto
de honra do jornalista, é preciso escolher o lado em que se está das muitas
barricadas que as lutas de interesses vão levantando.
E se o vento muda, há mudar depressa também.
E se o vento muda, há mudar depressa também.
E assim se sucedem as informações que
desinformam, se arrasa a língua a que Pessoa chamou a sua pátria, se defende ou
ataca quase tudo e o seu contrário também.
A comunicação social tornou-se como as
comadres que se encontram para a conversa do costume. Têm de falar e se não há
de que, arrasa-se. O que? Interessará isso para alguma coisa?
Mas já houve outras modas como a do
recorrente, dos targets, das vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas e
outras que foram passando. Por isso não passam de modas.
Por que não volta aquele jornalismo comedido,
sensato e bem informado que, por sê-lo, nos informava e nos dava gosto ler?
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