ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

A FESTA ESTÁ A COMEÇAR!


Todos sabemos como cumprir promessas não é fácil. Sabemo-lo por nós, pelos outros e, também, pelos políticos que, tal como qualquer mortal, na hora do aperto as fazem também.
A caminho de Fátima morrem peregrinos e a caminho do futuro definham os que não têm quem os conduza à prometida terra de leite e de mel.
Qual é o mérito que têm os sacrifícios que as promessas comportam para os vulgares seres humanos que nelas colocam a última esperança de evitar ou reverter um mal qualquer, é coisa que só Deus sabe. Mas para os políticos, os sacrifícios não vão além das caminhadas a que a campanha eleitoral obriga, dos cínicos sorrisos simpáticos, dos abraços e dos apertos de mão que têm de distribuir aos milhares durante uns quantos dias que, depois, ficam nas suas memórias como uma grande chatice que não puderam evitar mas que depressa se esvai no gozo das vantagens conseguidas.
E se, apesar de tudo, não conseguiram o resultado que ambicionavam, pelo menos tiveram os seus momentos de “glória” nos discursos inflamados que fizeram, nas fotografias que os jornais publicaram e nas fugazes referências que a televisão possa ter feito. E, para alguns deles, ainda haverá lugarzinhos na casa dos passos perdidos, bem remunerados e com outras mordomias inimagináveis para os infelizes que lhos garantiram.
Daí a uns tempos haverá mais e novas romarias serão feitas neste festival constante que se faz em nome da razão da maioria.
Há quatro dezenas de anos que vejo isto e a maior diferença que noto será na intensidade que, com o tempo, decresceu. Já não oiço aqueles discursos que pareciam saídos do fundo da alma de quem está seguro das verdades que diz e de poder cumprir tudo aquilo que promete. Ilusões, enfim.
Hoje, a arte é fazer crer que é, aquilo que se deseja que fosse, para que o povo pense que é mesmo assim.
O tempo passou e a verdade revelou-se na inutilidade das promessas que, todos já demos por isso, excedem o que se pode cumprir mas que, mesmo assim, sempre fazem eco em quem espera o tacho que ainda não tem ou, na falta de outros caminhos para uma vida melhor, espera da simples alternância o que ela não pode garantir. Por isso haverá, de seguida, outras mudanças que as regras democráticas garantem.
No momento, serão o desemprego e as pensões de reforma os temas que mais valerá a pena explorar porque, em conjunto, desempregados e pensionistas são uma maioria que nenhum candidato pode desprezar.
Por isso, prometer empregos e garantir pensões são um investimento com retorno seguro naqueles que, há falta de melhor, terão de acreditar nas mentiras de “quem der mais”.
Eu não deveria dizer nem diria nada disto se os políticos, em vez da fantasia em que se movem, levassem em conta a cruel realidade que cada vez grita mais alto os perigos da estupidez que a não quer escutar e me faz acreditar, cada vez mais também, que só vêem o muro que barra o caminho aqueles que nele batem forte com a cabeça, porque os empregos nascem de promessas que, obviamente, também não pagam pensões.

Que comece a festa!


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