Os descontos que os trabalhadores fizeram para garantir a sua pensão de velhice foram, muitas vezes, utilizados para
outros fins, como uma espécie de “fundo de compensação” que, um dia, chegou ao
fundo!
Não fora assim, tivesse a SS seguido as
regras da rentabilização dos dinheiros recebidos, esta enorme mutual atingiria
facilmente os seus desígnios em vez de ter de cortar nas pensões ainda mais do
que em outras “despesas” com a desculpa de que os pensionistas recebem mais do
que aquilo que os descontos que fizeram poderiam justificar.
Mas como em outras circunstâncias em que o
mal está feito, “não adianta chorar sobre o leite derramado” porque ele não
volta para o caneco.
Uns dizem que a “maioria” não tem, para
este problema, soluções que lhes possam render votos nas eleições que se
aproximam e António Costa descobriu-a em contribuições excepcionais que rentáveis
empresas de capital-intensivo terão de dar para suprir as falhas que as
contribuições normais estão a gerar, enquanto alivia as das de mão-de-obra
intensiva!!!
Como se diz de certo jogo de azar, seria
fácil e daria milhões se o capital fosse magnânimo como Costa parece julgar que
seja e se deixasse seduzir, vendo em tal atitude de corte da sua rentabilidade uma
nova razão para em Portugal fazer os investimentos dos quais a economia
portuguesa desesperadamente necessita, em vez de os evitar.
É mais do que evidente que estamos na fase
mais aguda da “doença da pele curta”, quando para tapar uma chaga logo outras
ficam a descoberto, como é próprio das "espertices" que, parecendo resolver tudo, nunca resolvem nada.
Diz a ministra das finanças que a solução
terá de resultar de um amplo consenso com o PS que, pelos vistos já a encontrou
num jogo de raspadinha!
Mas não é de consenso algum que
nascerá uma solução se não for para concluir que as medidas avulsas deixaram de fazer
sentido e que apenas uma reestruturação global e alterações profundas de conceitos poderão ter outro resultado que não seja a degradação que se
tem verificado ao longo das últimas dezenas de anos em que os mais atentos chamaram a
atenção para as dificuldades que se viriam a viver, sem que um qualquer “político inteligente”
os quisesse escutar.
Não tem soluções a maioria, nem o PS e nem
outro partido qualquer, neste mundo de fantasia em que o SYrisa teve, ao menos, o mérito
de mostrar que o “rei vai nu”.
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