Agrada-me ver aqueles programas de “magia”
em que acontecem coisas para as quais não é fácil encontrar explicação. Fico
deslumbrado, apesar de saber que tudo aquilo não passa de truques, de
manipulações que criam a ilusão de ser real o que, apesar de o parecer, em nada
altera a realidade natural cujas leis, por maiores que sejam os esforços que
façamos, não conseguimos evitar que nos rejam, com todas as limitações que tal
impõe.
Não adianta querer ir além do que é
possível e, do mesmo modo, não vale a pena tentar aquilo que não somos capazes de
fazer e até há “truques” dos quais nem os próprios ilusionistas são capazes!
Mesmo assim, sempre haverá gente que fica
convencida de que o cinzeiro desapareceu mesmo em frente dos seus olhos, que a
moeda saiu do seu nariz ou nasceu detrás da sua orelha.
É assim a vida onde os “ilusionistas”
conseguem existir porque muita gente acredita na realidade das suas “ilusões”.
E quando alguém sem jeito quer imitá-los,
acontecem coisas como àquele infeliz aprendiz de feiticeiro que não foi capaz
de dominar o feitiço da multiplicação das vassouras que, por ele, fariam o
trabalho que lhe competia mas que a sua preguiça lhe pedia para não fazer.
Creio chegada a altura de acordar para a
realidade, deixar os truques de lado, quietinhos na arca do ilusionista,
aceitar as coisas como são e proceder em conformidade.
De que adianta fingir que podemos levar uma
vida que não podemos sustentar?
Não bastará já estarmos a pagar muito caro as
ilusões de sermos ricos mas que, em boa justiça, temos de pagar, em vez de
querermos que sejam os nossos filhos quem as pague?
Mas é o que queremos fazer-lhes ao
legar-lhes o ónus de pagarem as dívidas que, insensatamente, acumulámos.
Como pode um partido de esquerda radical,
como o BE diz ser, não ter outras soluções para além das capitalistas para
resolver os problemas que não passam de ser o termos de pagar o que, em nome de
outro esquerdismo, esbanjámos e, para além disso, sofrer as consequências?
Depois do programa liberal do socialista
Costa, aparece agora o programa capitalista do comunista BE. Enfim, teias que a política tece!
O que são as intenções do BE senão deixar
para vindouros pagarem, com elevados juros, o que levianamente gastámos ou gastarmos, quando se reconhece que a reestruturação da dívida pública e a rejeição das metas do
Tratado Orçamental serão os princípios de base do seu manifesto eleitoral que “de
forma clara” “não cumpre as metas orçamentais” impostas por Bruxelas?
Isto não é mais do que varrer o lixo para
debaixo do tapete. Lixo que outros haverão de limpar.
Veja-se o Syrisa…
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