ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 23 de maio de 2015

AFINAL, QUEM TAPA OS OLHOS?


A privatização da TAP era coisa já sabida em acordos assumidos, em programas de governo sufragados. Por que, então, tanta surpresa e contestação se a maioria esteve de acordo?
Uma questão de “troca-tintas”? Não creio. Uma questão de areia nos olhos? Talvez.
Não me parece difícil de entender que a TAP deu o passo maior do que a perna, originando uma situação em que o equilíbrio fica instável e a queda se torna quase certa.
A verdade é que, por decisões melhores ou piores, a TAP se tornou numa empresa de dimensão e de qualidade que, infelizmente, não temos condições para manter porque as regras comunitárias não consentem o investimento que o único proprietário, o Estado, teria de fazer. A privatização é, por isso, a única via que pode evitar que, de grande empresa de transportes aéreos que conseguiu ser, se tenha de transformar, de novo, na pequena TAP que já foi, com todos os custos financeiros e sociais que causaria.
É assim na vida quando as coisas assumem dimensões que não podemos mais conter. Natural e para além das razões que impuseram outras privatizações é, portanto, esta privatização a que o Governo se propõe.
Mas como se tornou habitual, particularmente em ano de eleições, o que não passa de uma decisão que outras claras razões ditaram, logo se torna num caso político que uma certa “oposição” aproveita para atacar aqueles que querem apear do poleiro que julgam pertencer-lhes. E lá vão adiantando uma, duas ou três razões que desenvolvem à saciedade, para mostrar os inconvenientes de uma operação que, assim dizem, custará aos contribuintes muito caro!
Procuram as piores razões entre as diversas que a avaliação de qualquer projecto sempre deve considerar. E bastará pegar num dos aspectos negativos e desenvolvê-lo, esquecendo os demais para fazer a “demonstração” que só mal informados ou distraídos podem aceitar.
São as mentiras de que os políticos se aproveitam para levar a água ao seu moinho que, assim, funcionará em vazio, sem produzir o "pão" que, prometeram, nos iriam dar.


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