ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 9 de maio de 2015

AS CONTRADIÇÕES DO FMI


O FMI parece não conhecer outra receita senão a do corte de salários e de pensões para resolver os problemas estruturais que diz existirem!
Mas os salários e as pensões não são a causa de tais problemas, porque são a sua consequência. Por isso, jamais passará por eles qualquer solução.
Os problemas que nos afectam resultam de uma acumulação excessiva de erros dos que decidem sem olhar para os limites a que as suas decisões conduzem e, assim, para as consequências dos objectivos dos seus planos de futuro.
O modelo económico que escolhemos para o desenvolvimento é a negação absoluta de tais limites que, infelizmente, existem e estão cada vez mais próximos.
Aliás, ao que nos levariam as recomendações do FMI no seu limite que seria trabalhar sem salários e sobreviver sem pensões?
Parece que, finalmente, se tornará uma realidade a profecia de Marx, a de um fosso intransponível que medidas como as do FMI estão a cavar.  
Há muito que o “mundo evoluído” definiu como limite sermos todos “doutores” a quem a bolsa enorme dos “subdesenvolvidos” garante a mão-de-obra necessária para aqueles serviços aos quais esta geração, à qual chamam “altamente qualificada”, naturalmente se não presta.
Um modelo mundial que, para além de outros limites próprios da natureza finita dos recursos naturais e das condições ambientais necessárias à própria vida, também tem nestas reservas humanas um limite que uma revolta de consciência pode aproximar rapidamente.
Não são, pois, estruturais os problemas que nos afectam porque já me não parece haver como corrigir estruturas desapropriadas a uma realidade a que se não adaptam. São questões mais profundas que obrigarão a adaptações difíceis e dolorosas.
Mas o futuro está à porta. Um futuro que nos recordará que fomos condenados a comer o pão amassado com o suor do rosto, não com os ganhos na bolsa…


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