É por isto que os políticos são diferentes, porque
têm uma “lata” desmedida ou, talvez seja o caso, uma falta de memória
confrangedora que os leva a pensar, de cada vez que falam, que estão a
descobrir a pólvora.
Como sempre, seja a propósito do que for, é
fácil criticar depois das coisas acontecerem, mesmo até arranjar para elas
explicações irrefutáveis e, mais do que isso, explicar como teria sido tão fácil
evitá-las!
Fico pasmado quando dou comigo a ler coisas
como esta que faz parte da crítica de Jerónimo de Sousa a propósito desta
tragédia que começou em Pedrógão Grande: “Jerónimo de Sousa diz que a
catástrofe dos incêndios na última semana podia ter sido evitada se tivessem
sido ouvidas as soluções propostas pelos comumistas. Em Vila Real de Santo
António, o secretário-geral do PCP criticou as políticas seguidas nos últimos
anos que levaram a fortes assimetrias regionais e à desertificação”.
Vêem como tinha sido fácil? É apenas uma questão de saber escutar o blá-blá-blá político que por aí ressoa.
Vêem como tinha sido fácil? É apenas uma questão de saber escutar o blá-blá-blá político que por aí ressoa.
E assim prosseguiu
num discurso político no qual, entre os habituais chavões e invocações exaltadas
das classes trabalhadoras, foi dizendo os lugares comuns que empolga os
seguidores fanéticos e os leva a bater palmas e, até, afirmou que foram os comunistas
quem apontou soluções e caminhos que teriam evitado o que aconteceu.
Há quantos anos eu
oiço falar das soluções a adoptar, vejo gastar dinheiro em soluções que não
resultam e além de tudo isto vejo, também, como se intensifica a desertificação
em quase dois terços do país do qual os políticos falam sem quase o conhecer!
Porque temos um
primeiro-ministro “indiano”, vamos procurar na Índia o que desaproveitamos na
nossa própria terra? É mais uma novidade. Foi o que percebi da visita do primeiro-ministro indiano a
Portugal, depois do que será construída uma "ponte digital" com mais de 10.000 quilómetros.
Olhamos para fora
em vez de olharmos para a nossa casa, o que temos nela e o aproveitarmos do modo como as
características da nossa terra o permitem.
Temos o país que
temos e é como ele é que teremos de aproveitar os seus recursos e nele viver. Mas com pêso, conta e medida, para o não continuarmos a encher, indiscriminadamente, de pinheiros e de eucaliptos que enriquecem uns e dão cabo da vida a outros!
Já não vou andar
por aqui tempo bastante para afirmar muitas mais vezes que as queixas de agora
eu já as oiço fazer há muitos anos, que as decisões de que agora se fala, as vi
tomar por várias vezes e há muito tempo e que a bagunça que se vive agora
neste território desordenado é a, cada ano que vejo passar, maior do que no ano
anterior.
Posso recordar, por exemplo, uma conferência que fiz, há cerca de 40 anos, no Instituto Sá Carneiro, a propósito de gestão de recursos hídricos e de ordenamento do território, na qual fazia referência a necessidades urgentes do nosso país.
Posso recordar, por exemplo, uma conferência que fiz, há cerca de 40 anos, no Instituto Sá Carneiro, a propósito de gestão de recursos hídricos e de ordenamento do território, na qual fazia referência a necessidades urgentes do nosso país.
Entretanto,
Presidente, Primeiro-Minsitro, Ministros e Secretários de Estado, vão fazendo
as tristes figuras de irem dizendo os disparates que dizem nas afirmações que
fazem e nas “garantias” que dão e que neste caso se tornaram ridículas porque não
bate a bota com a perdigota no quer que seja que tenham dito.
Ainda não percebi
por que se metem no meio de quem se esforça para minorar a tragédia, sem sujarem
o fato, em vez de estarem nos seus locais de trabalho a fazer o que lhes compete que é tomarem decisões
sérias e adequadas, em vez de andarem a mostrar-se e a dizer o que mais convém.
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