É verdade que existem “cientistas” que
contradizem a Ciência. Não investigam rigorosamente nada, não descobrem nada
que acrescente conhecimento ao que já possuímos. Limitam-se a contradizer o que
os verdadeiros cientistas afirmam como conclusão das investigações que fizeram,
negando, sem lhe contrapor outras verdades, aquelas a que os estudiosos
chegaram.
Pela vida profissional que tive, na qual a investigação
teve um papel dominante, conheço bem as fragilidades de conclusões a que se
chega, mesmo depois de um trabalho aturado, no qual empenhámos todo o nosso
esforço e saber. É bem provável que novos estudos, mais completos, as revelem
imperfeitas e as ajustem melhor à realidade que, assim por etapas, vamos
descobrindo.
Não se faz ciência simplesmente negando o que
procedimentos científicos concluíram através de observações e comparações
sistemáticas. A Ciência não contradiz os conhecimentos a que anteriormente chegou,
ajusta-os, melhora-os, sempre, porém, com argumentos científicos e não
demagógicos como são os da CONTRA-CIÊNCIA que defende os interesses dos ricos
que ainda não entenderam que precisam, para sobreviver, da enorme maioria dos
que, hora a hora, vão ficando mais pobres.
Quando o Clube de Roma, através do Relatório “Os
limites do Crescimento”, produzido por uma equipa de cientistas reconhecidos
chefiada pelo Professor Meadows e publicado em 1972, os quais estudaram a “capacidade
de suporte da Planeta em que vivemos”, mostrou a impossibilidade do crescimento
económico contínuo para satisfazer as necessidades do aumento da população e, sobretudo, da sobreprodução que
satisfaz “necessidades supérfluas” sem as quais a economia não progride, logo
um outro relatório, da autoria de quem se dizia cientista também, tentou
contradizê-lo.
Um outro “Clube” que não o de Roma,
certamente, o financiou para defender os interesses que as recomendações de limitação
do crescimento prejudicavam.
A pouca atenção prestada à realidade que “os
limites do crescimento” cruamente mostrava, faz com que os estudos sérios que
são feitos sobre as consequências da exploração excessiva dos recursos do nosso
Planeta, não apenas os confirmem, como, por motivos que na década de setenta do
século passado não eram, ainda, relevantes, prevejam piores e mais céleres
consequências.
As alterações climáticas são, hoje em dia,
uma das realidades mais preocupantes para o futuro da Humanidade, prevendo-se
catástrofes terríveis que já será difícil evitar e que a partir de meados deste
século XXI assumirão, porventura, a dimensão de um colapso.
Continua intensa a campanha de contradição
encomendada pelos interesses a quem estas verdades não interessam, assim como continuam
surdos os políticos que, em vez de cuidarem do nosso futuro, antes os servem ou
não conseguem enfrentá-los.
Os "interesses" chegaram, mesmo, ao ponto de dominar o poder que nos fazem crer que democraticamente elegemos, enganando-nos
com argumentos a que os vícios que fomos adquirindo e desenvolvendo não
conseguem resistir.
Foi assim que Trump ganhou as eleições nos
Estados Unidos, o país mais poluidor do mundo, aquele que, com a sua actividade
económica mais contribui para uma realidade que nos pode destruir como espécie,
negando a realidade a que chamou a mentira com que a China prejudica a productividade
norte-americana!
E há “cientistas” que corroboram as suas
loucas afirmações.
São múltiplos os casos em que, ao longo da
História, a Ciência teve de confrontar-se com grandes interesses e poderes que
a realidade que ia demonstrando contrariava.
O tempo deu-lhe, sempre, razão e a Ciência
venceu!
O que sucederá desta vez?
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